A
campanha de Jair Bolsonaro (PSL) pediu nesta sexta-feira, 26, ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) que seja aberta uma investigação para cassar o
registro do petista Fernando Haddad - ou até mesmo o diploma, caso o adversário
seja eleito -, por conta de um suposto abuso de poder econômico com a realização
da turnê do cantor Roger Waters, ex-integrante e um dos fundadores da banda
Pink Floyd. O objetivo da ação é também declarar Haddad e sua candidata a vice,
Manuela D'Ávila (PCdoB), inelegíveis por um período de oito anos.
A
campanha de Bolsonaro alega que, em turnê pelo País, Roger Waters pôs em
prática "ostensiva e poderosa propaganda eleitoral negativa" contra
Bolsonaro, beneficiando diretamente o adversário petista. O pedido de abertura
da ação será analisado pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro
Jorge Mussi.
Os
advogados eleitorais de Bolsonaro destacam que, em show do cantor em São Paulo,
foi exibido no telão a mensagem "#elenão", um gesto definido como
"instrumento de campanha negativa" contra Bolsonaro.
O
pedido de investigação de Bolsonaro também mira a T4F Entretenimento, Time for
Fun, que promove a turnê de Roger Waters. Procurada pela reportagem, a empresa
não havia se manifestado até a publicação deste texto.A campanha de Bolsonaro
acusa a empresa organizadora de eventos de promover shows em benefício da
candidatura de Haddad, "utilizando-se de propaganda negativa em showmício
de grande alcance e divulgação".
Os
advogados de Bolsonaro ainda alegam ao TSE que, no dia 24 de outubro, em show
no Maracanã, Roger Waters "fez uso da morte da vereadora Marielle Franco
para atacar a campanha de Jair Bolsonaro, novamente exteriorizando íntima
ligação com a campanha petista".
"Recebeu
no palco Luyara Santos (filha), Mônica Benício (viúva) e Anielle Franco (irmã).
Durante o evento, Roger Waters associou a morte de Marielle Franco a Bolsonaro
ao puxar o coro #EleNão", acusa a defesa do candidato do PSL.
Sobre
show ocorrido em São Paulo para um público estimado de 45 mil pessoas, os
advogados de Bolsonaro alegam que a mensagem contra o candidato do PSL
"reverbera para além do espaço em que se realizou o show, pois alcança
mídia e redes sociais, produzindo poderoso impacto no processo de formação do
juízo do eleitor quanto ao pleito presidencial 2018".
"De
mais a mais, no atual estado de ânimo da sociedade brasileira, movida por forte
polarização, é um risco imenso à segurança de 45 mil pessoas incitar
controvérsia política da forma como realizada. Pessoas presentes ao espetáculo
se sentiram acuadas e o evento se transformou em disputa de espaços, o que
gerou, inclusive, risco à integridade física dos presentes", relatam os
advogados.
Restrições
A
Justiça Eleitoral do Paraná já mandou advertir a produção do show do cantor
Roger Waters para as restrições às manifestações políticas. De acordo com a lei
eleitoral, elas estão proibidas a partir das 22 horas do dia que antecede as
eleições. Dessa forma, Waters, que tem usado seus shows no Brasil para se
manifestar politicamente, só poderá fazê-lo na primeira meia hora do
espetáculo, marcado para começar às 21h30 deste sábado, 27. Agência Estado
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