Com o sistema de videomonitoramento e telemetria, os
veículos
usados em testes práticos eram dotados de quatro câmeras
(Foto:
REINALDO JORGE)
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A
cada 10 pessoas que fazem exames para categoria B - condução de carros - no
Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-Ce), duas são reprovadas.
Entre janeiro e agosto desse ano, o índice de reprovação, no entanto, chegou a
23,4%. Em 2017, o percentual foi de 24,4%. Se comparada aos anos anteriores, a
taxa cresceu. Entre os anos de 2013 e 2016, o índice de reprovação nos exames
do Detran nunca havia alcançado 20% nesta categoria.
Coincidentemente,
entre março de 2017 e março de 2018 vigorou no Estado s sistema de
videomonitoramento e telemetria, através do qual candidato e examinador eram
acompanhados por câmeras e GPS em todo o trajeto do exame. No entanto, o Detran
descarta a relação entre o aumento do índice de reprovação e o monitoramento
das avaliações em tempo real.
Esse
ano, até agosto, foram realizados pelo Detran, no Ceará, 65.170 exames de
prática de direção de candidatos a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação
(CNH) para condução de carros. Deste total, 15.256 foram reprovados. Em 2017, o
total de reprovações em números absolutos chegou a 25.769. Maior quantidade
desde 2013.
Conforme
o órgão, o índice de aprovação historicamente tem se mantido em torno de 81%.
Em nota, o Detran afirma que "não há relação no percentual de aprovação e
reprovação direta em função do sistema de telemetria e
videomonitoramento".
No
Ceará, esse sistema, que atende a Portaria 238/2014 do Departamento Nacional de
Trânsito (Denatran), começou a ser implantado em março de 2017 e, segundo o
Detran, foi concluído em junho do mesmo ano. O sistema foi implantado
inicialmente em Sobral e, gradativamente, foi adotado em outras 15 regionais do
órgão. Em março de 2018, a empresa contratada por licitação quebrou regras
contratuais, levando à suspensão do serviço. O Detran entrou com ação para ser
indenizado.
Com
o sistema de videomonitoramento e telemetria, os veículos usados em testes
práticos eram dotados de quatro câmeras. Uma exibia a frente do veículo, outra
o examinador e o candidato, uma ficava fixada no teto e uma outra externa. O
sistema gerava uma visão de 360 graus no entorno do veículo. Já a telemetria
registrava via rádio qualquer interferência ou manuseio inadequado do veículo.
Dessa
forma era detectado, por exemplo, quando o candidato estancava, não acionava os
freios, não sinalizava ou deixava a porta aberta. Um gravador registrava o
diálogo dentro do carro e as gravações de imagem e sons poderiam ser
consultadas em casos de denúncia. Diário do Nordeste
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