Com crise, idosos adiam saída do mercado de trabalho.
(Foto: Marcelo Camargo)
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Ao
longo dos últimos anos, a participação de pessoas com idade superior aos 60
anos vem aumentando na força de trabalho do país. Além do envelhecimento da
população, os idosos estão adiando a saída do mercado. E para protegê-los, o
Estatuto do Idoso, que completou 15 anos no dia 1º de outubro, também
trata de direitos relativos a trabalho e renda. Entretanto, alguns ainda não
saíram do papel.
De
acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de
os idosos serem o grupo com menor participação no mercado, este percentual vem
aumentando, passando de 5,9% em 2012 para 7,2% este ano. São 7,5 milhões
de idosos na força de trabalho.
Em
seu Capítulo 6, o estatuto garante ao idoso o exercício da atividade
profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas,
sendo proibida a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, exceto
quando o cargo exigir. Para a técnica de planejamento e pesquisa do Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Amélia Camarano, apesar do
preconceito, a aceitação aos idosos está aumentando, já que a população de
maneira geral também está envelhecendo.
Crise
e chefes de família
Além
disso, segundo ela, as dificuldades financeiras das famílias é um dos motivos
para os idosos continuarem no mercado ou voltarem ao trabalho. “Até pela
crise, tem uma maior procura de trabalho pelos idosos, mesmo aposentados, dada
a necessidade de aumentar a renda familiar”, explicou.
Os
dados da Pnad Contínua apontam que, do segundo trimestre de 2017 ao primeiro
trimestre deste ano, 46% dos trabalhadores ocupados com mais de 60 anos de
idade moravam no Sudeste, 56% eram mulheres e 63% se declararam como chefes de
família.
Apenas
27% estavam no mercado formal, enquanto 45% atuavam por conta própria. Dentre
os setores da economia, o comércio absorveu 17% desses trabalhadores, 15%
estavam na agricultura e 10% atuavam no setor de serviços relacionados a
educação e saúde. Do contingente de trabalhadores com mais de 60 anos, 67% têm
apenas o ensino fundamental incompleto e 25% têm escolaridade média ou
superior.
De
acordo com o IBGE, os idosos devem representar 25,5% da população até 2060. Agência Brasil
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