Alguns
partidos que compõem a bancada cearense no Congresso Nacional eleita para 2019
já iniciam articulações para definir posicionamento quanto ao governo do
presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). PDT e PT já delimitaram que serão
oposição e buscam hegemonia junto aos oposicionistas, mas lideranças cearenses
das duas legendas ainda avaliam como ficará a aliança local. Outros
parlamentares aguardam orientação partidária.
Liderança
do PT no Ceará, o deputado federal José Guimarães defende que o governo eleito
deve preservar relações pelo bem maior dos cearenses. Para ele, o Nordeste não
pode ser prejudicado, uma vez que existem projetos que precisam ser concluídos.
"Vamos
atuar na oposição e impedir a votação de propostas que prejudiquem o Ceará e os
direitos das pessoas", disse. Ele sustenta que o PT tem legitimidade para
representar a oposição, visto os 47 milhões de votos recebidos pelo
presidenciável Fernando Haddad no segundo turno, além de ter eleito a maior
bancada na Câmara dos Deputados e quatro governadores.
"A
população deu ao PT o direito de representá-la como oposição. Quem não foi ao
segundo turno, não o foi porque o povo quis assim", afirmou, em alusão à
derrota de Ciro Gomes (PDT).
Presidente
estadual do PDT, o deputado federal André Figueiredo opina que o
"hegemonismo do PT levou o Bolsonaro à vitória". Segundo ele, o PDT
fará uma junção com forças democráticas do PSD, PCdoB e PSOL para apresentar
alternativas ao governo de Bolsonaro.
"Temos
clareza da nossa responsabilidade com o Brasil e vamos trabalhar para que os
direitos do povo brasileiro não sejam retirados. Vamos trabalhar no sentido de
que os 22 deputados federais e os três senadores evitem que um mal maior seja
dado ao nosso Estado", argumentou.
O
senador eleito Cid Gomes (PDT), por sua vez, afirma que não fará uma oposição a
Bolsonaro "do quanto pior, melhor". "Vamos ter postura de
denúncia, de colocar a boca no trombone quando tiver alguma coisa equivocada
para que possa ser transformada em acerto", aponta. Ele destaca que
tentará transformar projetos em medidas que sejam benéficas para a maioria do
povo brasileiro.
Indefinição
Apesar
de as duas siglas se colocarem como protagonistas da futura oposição, alguns
partidos, porém, ainda não traçaram posição quanto ao governo de Jair
Bolsonaro, o que deve ser definido nesta semana. O PP, por exemplo, vai definir
situação amanhã, assim como o Patriotas (Patri).
Deputados
eleitos para primeiro mandato, AJ Albuquerque (PP) e Mano Júnior (Patri) ainda
não sabem que posicionamento terão em Brasília a partir de 2019. No Ceará, eles
fazem parte da base de apoio a Camilo Santana.
Outro
caso que chama atenção é o do deputado federal eleito Dr. Jaziel (PR). Ele e a
esposa, a deputada Silvana Oliveira (PR), são da base de Camilo e declararam
voto em Bolsonaro. Jaziel afirmou que será "um elo" entre o
governador e o presidente eleito. "As disputas já passaram e agora somos
Ceará e Brasil", disse.
Apoio
reafirmado
"Camilo
provou imensa habilidade política ao se aproximar de Eunício Oliveira (MDB).
Não terá dificuldade com Bolsonaro. Apoiei o Camilo e continuo apoiando, mais
do que nunca", afirmou Jaziel.
Já
o senador eleito Eduardo Girão (PROS) afirma que fará oposição ao governo de
Camilo Santana de forma responsável, buscando ajudar naquilo que for melhor
para o Ceará. No entanto, ele defende que o Estado precisa se readequar.
"Vou torcer por essa reflexão por parte do Governo do Ceará para que ele
possa estar dentro de uma administração de vanguarda, que privilegie
técnicos", finalizou.
Como se
posicionará a bancada do Ceará
Apoiadores
de Bolsonaro
Capitão
Wagner (Pros); Roberto Pessoa (PSDB); Dr. Jaziel (PR); Heitor Freire (PSL); Moses
Rodrigues (MDB); Vaidon Oliveira (Pros); Eduardo Girão (PROS).
Oposição
a Bolsonaro
Luizianne
(PT); Guimarães (PT); Idilvan (PDT); Mauro Filho (PDT); Robério Monteiro (PDT);
André Figueiredo (PDT); Leônidas Cristino (PDT); Eduardo Bismarck (PDT); José
Airton (PT); Denis Bezerra (PSB); Pedro Bezerra (PTB); Cid Gomes (PDT).
Aguardam
definição partidária
AJ
Albuquerque (PP); Júnior Mano (Patriotas); Domingos Neto (PSD).
Não
declararam
Tasso
Jereissati (PSDB); Célio Studart (PV); Genecias Noronha (SD). Diário do Nordeste
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