Camilo afirma que vai procurar diálogo com
nova gestão
presidencial. (Foto: Mauri Melo)
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Integrante
de partido alvo de ataques do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e
governador de um Estado que deu o quarto maior percentual de votos a Fernando
Haddad (PT) na corrida ao Planalto, Camilo Santana (PT) afirmou ontem que vai
buscar diálogo com a nova gestão do Executivo Nacional. "Vou procurar
dialogar, contribuir. A eleição terminou. É importante agora pensar no Brasil,
pensar no Ceará, e estarei sempre na luta em defesa do meu Estado, em defesa do
povo do Ceará. Disso eu não abro mão de forma alguma", garantiu o
governador.
"Acredito
que nós vivemos em uma federação, e que a relação institucional possa existir
entre a Presidência da República e os estados brasileiros", afirmou
Camilo, antes de se reunir com o secretariado, na manhã de ontem.
Camilo
citou a possibilidade de uma articulação entre governadores do Nordeste para
fazer frente e buscar diálogo com Bolsonaro. A região elegeu quatro
governadores petistas e deu maioria de votos a Haddad em todos os estados. A
intenção, conforme Camilo, é "dialogar e conversar não só com os governadores
do Nordeste, mas com os novos governadores do Brasil".
Segundo
ele, muitas das questões que preocupam o Ceará preocupam também todos os
governadores. "O meu desejo é que o Brasil possa retomar o seu
crescimento, possa ter diálogo, disposição, respeitar a democracia, respeitar a
Constituição brasileira, e é isso que todos nós esperamos, já que o novo
presidente sinalizou (que tem a mesma intenção) nos seus primeiros
pronunciamentos depois de eleito", enfatizou.
Eleito
senador, Cid Gomes (PDT) será um dos possíveis elos de Camilo com o Governo
Federal. A respeito da disponibilidade para tal mediação, tanto de Cid quanto
de Eduardo Girão (Pros), o outro senador eleito pelo Ceará, o governador
afirmou apenas que vai esperar que tomem posse, para dialogar.
Após
bate-boca de Cid Gomes com militância petista, em evento pró-Haddad organizado
por Camilo, e depois do não-engajamento do candidato à Presidência derrotado,
Ciro Gomes (PDT), na campanha petista, Camilo garantiu que a relação com os
Ferreira Gomes se mantém "perfeita, maravilhosa".
Ele
comunicou também que viajará hoje à Brasília, tendo como um dos objetivos se
reunir com a bancada de deputados federais cearenses para discutir o orçamento
do Ceará para o ano que vem.
Uma
semana antes de vencer a eleição, em 21 de outubro, Bolsonaro chegou a declarar
que ia "banir os vermelhos" do País, durante discurso para a
militância na avenida Paulista. No dia seguinte, o pesselista amenizou o tom.
Em entrevista à TV Record, afirmou que a oposição é útil e especificou que os
ataques eram direcionados à cúpula do PT e a entidades como o Movimento Sem
Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Na
mesma entrevista, Bolsonaro fez um aceno aos governadores eleitos por partidos
de oposição: "Eu digo que tem Estados que temos governadores do PT ou do
PCdoB e nós não faremos política diferente contra aquele estado por causa
desses governadores. Vamos atender a população como um todo". O Povo
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