(Foto: Alexandre Oliveira)
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Cerca
de 300 agricultores de dez cidades caririenses participaram de capacitações
para fortalecer a produção algodoeira no Cariri. As formações são conduzidas
pela Embrapa Algodão, que tem sede em Campina Grande (PB) e, no Ceará, mantém
um campo experimental em Barbalha. A expectativa é de transformar a cultura do
algodão na região, que passaria de zero para 800 hectares plantados ainda em
2019.
Na
metade do século passado, a região do Cariri, junto com o Sertão Central,
dominava a produção de algodão no Ceará. Com a introdução do bicudo, a
principal praga da fibra branca, o plantio foi praticamente zerado. Segundo o
pesquisador da Embrapa Algodão, Fábio Aquino, a região do Cariri possui grande
potencial para retomar a plantação, devido às condições como o solo
fértil.
“O
que viabiliza o cultivo mecanizado de todo o plantio e da colheita. Estamos com
uma perspectiva de, já em 2019, atingirmos próximo de 800 hectares de algodão
plantados só no Cariri. Seria partirmos de zero para 800 hectares. Como temos
essa aptidão agrícola aqui não é difícil. São só ajustes que precisam ser
feitos para rapidamente atingir valores significativos aqui na região”, revela
o pesquisador.
Durante
toda a semana passada, 300 pessoas, entre agricultores, técnicos e estudantes,
dos municípios de Barbalha, Brejo Santo, Crato, Jardim, Lavras da Mangabeira,
Milagres, Nova Olinda, Tarrafas, Porteiras e Várzea Alegre, foram capacitadas
em uma fazenda que funciona como campo experimental para o plantio do algodão,
em Barbalha. Nos encontros, foram repassadas técnicas sobre o cultivo do fruto
branco no semiárido brasileiro. As ações fazem parte de uma política estadual
que incentiva o retorno da produção no Ceará por meio de uma base tecnológica
mais desenvolvida.
De
acordo com o pesquisador, a Embrapa Algodão fornece tecnologia contextualizada
às condições do Cariri. Conforme relata, não adianta aos produtores do Cariri
lançarem mão de tecnologias utilizadas no Serrado brasileiro – hoje o maior
produtor do Brasil – e utilizar de forma igual no Cariri.
“O
correto é adaptar ou então desenvolver da estaca zero o que realmente é mais
viável para a nossa região, porque temos um clima diferenciado de menos chuvas
e chuvas concentradas. Com isso, temos que ter variedades de algodão muito mais
adaptadas a essa condição do que em outras”, conclui. Jornal do Cariri
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