Açude Pacoti compõe o sistema metropolitano.
(FOTO: FABIO
LIMA)
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Com
11,39% da capacidade total a dois meses do início da quadra chuvosa, a reserva
hídrica do Estado preocupa. A situação é pouco melhor do que em 2017, quando a
essa altura do ano o índice era de 7,2%. Mas, as precipitações em torno da
média histórica no período chuvoso deste ano não foram suficientes para mitigar
a estiagem. Em todo o Ceará, se faz necessário construir uma nova relação com a
água. As medidas de diversificação da matriz hídrica continuam e são
intensificadas nas áreas mais críticas. Nas 12 bacias hidrográficas do Estado,
diferentes situações se apresentam, segundo gestores.
As
bacias do extremo norte, Coreaú e do Litoral, que estão com 64,7% e 60% da
capacidade, respectivamente, estão no melhor cenário. Atravessam 2019 com
tranquilidade tanto para abastecimento humano como para atividades econômicas.
No outro extremo, as bacias do Sertão de Crateús (6,1%) e Médio Jaguaribe (4,9%)
estão em situação mais crítica, diz João Lúcio Farias, presidente da Companhia
de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). "O restante do Estado está em
situação mediana, intermediária, algumas com 32% (Serra da Ibiapaba), 20%
(Bacia do Salgado)".
Nas
bacias de Ibiapaba, Acaraú (26,1%) e Curu (11,1%), a reserva atende ao
abastecimento humano e boa parte da irrigação. "Se não tiver recarga no
próximo ano vai reduzir a atividade de irrigação. O abastecimento humano é
sempre prioritário, está garantido". Conforme João Lúcio, quando atingem
30% do volume total, as bacias entram em uma linha de alerta. "Começam a
restringir alguns usos, mas ainda é possível atender a alguma atividade de
irrigação. Abaixo de 10% é crítico e garante só o abastecimento humano".
A
bacia Metropolitana, por sua vez, requer atenção especial por causa da alta
concentração demográfica e, consequentemente, do alto consumo. O sistema
metropolitano, que atende principalmente Fortaleza, Maracanaú e Caucaia, está
com 27% da capacidade. "O sistema é interligado ao Castanhão e ao Orós
através do Eixão das Águas. Estamos fazendo o abastecimento transferindo água
do Castanhão e utilizando as águas dos açudes locais: Pacajus, Pacoti, Riachão
e Gavião", explica João Lúcio.
De
acordo com Francisco Teixeira, secretário dos Recursos Hídricos do Ceará, a
chegada da transposição do Rio São Francisco conferirá mais terá segurança
hídrica ao Estado. O trecho Salgueiro (PE) - Jati (CE) do Projeto de Integração
do Rio São Francisco (Pisf) deve ser inaugurado em 20 de dezembro, após
inúmeros adiamentos. Com isso, as águas devem chegar ao Ceará até o fim de
fevereiro de 2019.
"Acreditamos
que a parte física da obra fique pronta até dezembro e que a água chegue no
início do próximo ano. Se essa água chegar pelo primeiro trimestre, vai dar uma
garantia maior e reforço bom para o abastecimento de água no Estado, sobretudo
na região Jaguaribana e Metropolitana. Se chegar em fevereiro, março, estamos
no período chuvoso e facilita a chegada da água no Castanhão".
Em
Jati, as águas se integram ao Cinturão das Águas do Ceará (CAC) e seguem até o
açude Castanhão. Segundo Teixeira, o CAC "está praticamente
concluído". Até meados de dezembro estará em condições de receber as águas
e levá-las até o KM 53, trecho emergencial, "para encaminhar para o rio
Salgado, rio Jaguaribe e açude Castanhão". Com isso, 60% da obra está
finalizada. A conclusão completa do Cinturão, conforme o secretário, depende do
aporte do governo federal. "Se vier mais dinheiro podemos concluir no próximo
ano. Se não vier suficiente, fica para 2020". O Povo
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