sábado, 24 de novembro de 2018

Ceará vai ter programa para mais de 700 mil jovens ociosos



O Governo do Estado prepara o lançamento do programa "Superação", em 2019, para a população de mais de 700 mil jovens cearenses, entre 15 e 29 anos, que fazem parte do grupo que não estudam ou trabalham, os chamados "nem-nem". Os dados numéricos são da mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O foco será no combate a pobreza entre os jovens, conforme Flávio Ataliba, diretor-geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Com trabalho conjunto entre o órgão, as Secretarias de Planejamento do Estado (Seplag), do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), e coordenação do chefe de gabinete do governador, Élcio Batista, o programa terá ações em diferentes frentes, que ainda serão divulgadas.

Comparando o total de 2016, quando 642,1 mil cearenses estavam nesta situação, frente a 676,6 mil no fim de 2017, existe aumento de 5,37% no período. Próximo dado será disponibilizado em dezembro. Mas, a expectativa é que o número de jovens que nem estudam e nem trabalham ultrapasse 700 mil pessoas.

Viver sem trabalhar ou estudar é realidade para Bruna Moura, 20. Oriunda de escola estadual, onde concluiu o Ensino Médio aos 19 anos. A jovem conta que não conseguiu ingressar no Ensino Superior, nunca recebeu oportunidade no mercado de trabalho formal e parou de procurar emprego após seguidos nãos.

"Acho que a falta de qualificação e experiência fez com que eles não me chamassem. Tem que ter um bom currículo para mostrar, por isso pretendo fazer cursos para melhorar. Até cheguei a trabalhar perto da minha casa, avulso, mas só durou no máximo quatro meses", revela.

Moradora do bairro Bom Jardim, Bruna vive com a mãe e o irmão. A jovem relata que, assim como outras famílias, vive períodos de dificuldade financeira, sendo essa a principal causa para não estar fazendo curso de qualificação. O sonho dela é cursar Educação Física, mas em um primeiro momento quer realizar curso técnico de Informática.

Ela conta que tem colegas que estão na mesma situação e confessa que, às vezes, acredita que, por viver num bairro pobre, as oportunidades acabam sendo menores.    O Povo

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