Iguatu,
a maior cidade do Centro-Sul do Ceará, vai perder 19 profissionais de saúde com
a saída de cubanos do Programa Mais Médicos. A maior unidade de saúde do
município possuía três médicos, sendo dois deles cubanos, e uma brasileira, que
está de férias.
O
presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou que não iria manter o programa com
pagamento ao governo cubano, que fica com 70% do salários dos
médicos do país. Com a mudança, Cuba anunciou a saída do programa.
Ao
todo 118 cidades cearenses são beneficiadas pelo programa. Para a Secretaria de
Saúde de Iguatu, a saída dos cubanos do programa é algo negativo.
“A
gente precisa criar toda uma logística pra que as pessoas tenham seu
atendimento garantido pelas outras unidades básicas ou outros equipamentos como
UPA e Hospital Regional”, afirmou a coordenadora da Atenção Básica do
município, Edjalma Araújo.
Uma
mãe que procurava atendimento para o filho de 10 meses em uma UPA do Bairro
Flores também lamentou a saída dos profissionais. “Acho muito triste. A gente
era super bem atendido, tinha paciência com a gente, era carinhoso. Agora a
gente tem esperar sem saber nem quando vai ser atendido”, comentou.
Novo
edital
Criado
em 2013, o Programa Mais Médicos ampliou a assistência na Atenção Básica
fixando médicos nas regiões com carência de profissionais.
Em
14 de novembro, o governo de Cuba anunciou a decisão de sair do programa
social, citando "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras"
feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro à presença dos médicos cubanos no
Brasil.
Um
novo edital do programa foi aberto em todo o país, e publicado no Diário
Oficial nesta terça-feira (20), oferecendo 8.517 vagas para atuação em 2.824
municípios e 34 áreas indígenas, antes ocupadas por médicos cubanos. As vagas
são para profissionais brasileiros e estrangeiros que tenham registro no CRM do
Brasil.
As inscrições foram abertas nesta quarta-feira (21) e
prorrogadas até o dia 7 de dezembro.
G1 CE
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