sábado, 3 de novembro de 2018

Declarações da equipe são 'desautorizadas' por Bolsonaro


O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) desautorizou ontem, por meio de suas redes sociais, quaisquer informações de sua equipe passadas à imprensa. A medida foi tomada após o jornal O Globo afirmar que técnicos da área econômica da equipe do novo governo estudam a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).

"Desautorizo informações prestadas junto a mídia por qualquer grupo intitulado 'equipe de Bolsonaro' especulando sobre os mais variados assuntos, tais como CPMF, previdência, etc", afirmou. Ele citou diretamente os temas que já foram objeto de divergência entre membros da equipe econômica e seus assessores mais próximos da área política.

Ontem, 2, O Globo publicou que a CPMF pode ser recriada para financiar a Previdência. A notícia foi atribuída à "equipe econômica do presidente eleito". Diversos veículos de imprensa também publicaram, nos últimos dias, informações atribuídas à equipe de Bolsonaro.

A última semana da cúpula do presidente eleito foi tomada por conflitos entre os seus integrantes, o que tem tornado difícil uma definição da agenda de transição. Os principais assessores do deputado se desencontraram ao anunciar medidas que iriam ser tomadas em pelo menos quatro episódios. O desconforto é tão grande que eles têm tomado inclusive cuidado com os horários das visitas para não se esbarrarem.

Na manhã deste feriado, Bolsonaro despachou de casa, no Rio de Janeiro, com o coordenador político deputado Onyx Lorenzoni. Na saída da reunião, Onyx confirmou que Bolsonaro se encontrará com o presidente Michel Temer na tarde de quarta-feira, 7, e não deu detalhes da conversa com o presidente eleito, adiantando apenas que recebeu orientações.

"Este é o momento de falar pouco e trabalhar muito, então, a vida dos senhores e das senhoras da imprensa vai ficar um pouco complicada, porque quem vai falar quarta-feira é o futuro presidente do Brasil", disse Onyx.

A agenda do futuro presidente prevê uma viagem a Brasília na terça-feira, 6, dia em que deve se encontrar com representantes dos outros poderes; na quarta-feira, 7, reunião com Temer, e na quinta-feira, 8, volta para o Rio de Janeiro.

Além de Lorenzoni, Bolsonaro recebeu na manhã de ontem a visita de um alfaiate e de um cabeleireiro. Curiosos e jornalistas se concentram em frente ao condomínio do militar reformado, na Barra da Tijuca.

Ao ver a concentração de apoiadores, Bolsonaro decidiu cumprimentá-los e pôs o corpo para fora do carro, ainda dentro da área restrita do condomínio. Os apoiadores tiraram fotos e fizeram vídeos do presidente eleito. Em seguida, Bolsonaro tomou um barco em Itacuruçá, na cidade de Mangaratiba, e foi à Ilha de Marambaia, onde há uma base da Marinha. A ilha já foi destino de viagens presidenciais de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.   O Povo

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