(Foto: José Leomar)
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Por 29 votos a quatro, os deputados
estaduais do Ceará aprovaram nesta quinta-feira (29) uma Proposta de Emenda à
Constituição (PEC)
sobre o teto de gastos do Governo do Estado. A votação agitou a Assembleia
Legislativa do Ceará, com manifestações nas galerias do Plenário 13 de Maio. A
mensagem foi enviada ao Parlamento pelo Executivo na última segunda-feira (26)
e tramitou em regime de urgência.
A
aprovação da PEC adia para 2020 a vinculação do
teto remuneratório do funcionalismo estadual ao Tribunal de Justiça do Estado
do Ceará (TJCE). A decisão contraria emenda constitucional aprovada em 2017, que
entraria em vigor no próximo dia 1º. Assim, o reajuste de 16,38% para os
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sancionado pelo presidente Michel
Temer, não terá efeito
cascata para os servidores.
Representantes
do Ipece, CGE, Seplag, Arce e PGE chegaram a pressionar deputados para
alterarem a PEC do teto dos gastos. Eles afirmaram que foram pegos de surpresa
e que o impacto nas contasdo
Governo, com a manutenção da PEC aprovada em 2017, seria mínimo. Os votos contrários
foram de Fernanda Pessoa (PSDB), Carlos Matos (PSDB), Renato Roseno (PSOL) e
Capitão Wagner (PROS).
Críticas
O
deputado federal eleito questionou o trâmite da proposta. Wagner lembrou no
Plenário, antes da votação, que a Casa foi "desmoralizada" ao aprovar
PEC extinguindo o TCM sem respeitar os prazos regimentais. "Isso não é
forma de tratar o servidor. E se em dezembro de 2020 o Governo decidir por uma
nova data, como fica o acordo feito com os servidores? Isso é um calote com os
servidores".
O
representante da Associação dos Auditores e Fiscais da
Receita Estadual do Ceará (Auditece), Ubiratan Machado, afirmou que
os servidores aguardam a abertura de um canal de negociação para uma proposta de
escalonamento. "O outro caminho é medida judicial. Como está sendo
desobedecido o regimento interno aqui da Casa, vamos procurar nossos direitos,
com pedido de liminar, da mesma forma como foi feita a extinção do TCM",
disse.
Já
o líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT), disse confiar na orientação recebida
pela área jurídica da Assembleia sobre os prazos e reforçou a importância da
aprovação. "Temos que ter responsabilidade, serenidade de saber que se o
Governo mandou uma PEC como essa, isso vai ter uma repercussão muito grande,
causando grande instabilidade
econômica nas contas do Estado", finalizou. Diário do Nordeste
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