A
exemplo da Reforma
da Previdência, escalada como prioridade máxima pela equipe do
presidente eleito, Jair
Bolsonaro (PSL), ao menos outras 10 propostas de interesse
do futuro governo já estão em discussão no Congresso e podem ser levadas à
votação antes mesmo da posse.
Na
lista estão desde temas que serviram de bandeira de campanha do presidente
eleito até medidas econômicas para tentar aliviar as contas no início do
seu mandato. Pelos cálculos de parlamentares, há ainda quatro semanas “livres”
para votações de alguns destes temas antes que o Congresso comece a se debruçar
sobre o Orçamento
de 2019, o que deve dominar a maior parte das sessões no fim do
ano.
Nesta
semana, duas destas propostas até chegaram a ser pautadas, na esteira da
euforia causada pela eleição de Bolsonaro, mas não foram votadas. No Senado,
manobra de partidos da oposição impediu que o senador Magno Malta (PR-ES)
colocasse em votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) texto que
altera a lei antiterrorismo. Malta é o relator da proposta.
Em
outra frente, parlamentares do PT, PC do B e PSOL na Câmara se organizaram para
evitar a análise do projeto Escola sem Partido, que prevê uma série de medidas
a serem adotadas em sala de aula contra o que defensores da ideia chamam de
“doutrinação”. Uma nova sessão da comissão temática foi marcada para esta
semana.
Desarmamento
Também
há a expectativa de que o Congresso se debruce ainda neste ano sobre outra
bandeira do presidente eleito, a proposta que revoga o Estatuto do
Desarmamento, flexibilizando regras como a compra e o porte de armas de fogo.
Ainda na campanha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encampou a
ideia de votá-la o quanto antes.
A
decisão é vista por congressistas como um gesto do deputado aos aliados de Jair
Bolsonaro para ganhar apoio tendo em vista sua reeleição à Presidência da Casa,
no início do ano que vem.
Maia
também está sendo pressionado a retomar a análise da Reforma da Previdência que
foi enviada pelo presidente Michel Temer (MDB) ao Congresso. Aliados de Bolsonaro
querem que a proposta seja votada ainda neste ano para que o próximo presidente
não tenha que se desgastar politicamente com uma questão polêmica logo no
início do seu mandato, que se inicia em janeiro.
Eles
avaliam também que, se a reforma fosse aprovada ainda em 2018, Bolsonaro
enviaria uma mensagem de força sobre sua futura gestão. O impasse, no entanto,
dá-se pela falta de clareza sobre o sucesso da empreitada. A avaliação é de
que, se a chance de derrota for considerável, é melhor deixar a questão para o
ano que vem. Tudo isso deve ser avaliado após a viagem de Bolsonaro a Brasília,
que começa amanhã.
Dificuldade
Membros
da bancada cearense no Congresso, entretanto, mostram-se céticos quanto a
possibilidade de alguns projetos avançarem, como a Reforma da Previdência. “Não
dá para achar que no encerrar de uma legislatura, pontos polêmicos, sem
consenso, que precisam ser mais amadurecidos, podem ser aprovados”, declara o
deputado federal Odorico Monteiro (PSB). José Guimarães (PT), atual líder da
oposição na Casa, diz que, no que depender dos seus liderados, nada deve passar
no apagar das luzes. “Acho que (em 2018), não deveria ser discutido mais nada.
Apenas o orçamento”, diz.
Já
Raimundo Matos (PSDB) acredita que a proposta para rever o Estatuto do
Desarmamento, por exemplo, pode passar sem maiores dificuldades neste momento.
Outras questões, entretanto, podem até avançar nas comissões temáticas da Casa,
mas é pouco provável que tenha o mesmo sucesso ainda nesta legislatura no
plenário.
O motivo, diz ele, é o índice de renovação do Congresso Nacional.
O motivo, diz ele, é o índice de renovação do Congresso Nacional.
Na
Câmara, menos da metade dos deputados reelegeu-se. No Senado, das 54 cadeiras
em disputa, apenas oito foram conquistadas por candidatos à reeleição, o que
historicamente diminui as chances de aprovação de temas polêmicos. Com Agência
Estado
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