Heitor Freire fala que PSL vai aumentar número de
filiados e da bancada. (Foto: Fabiane de Paula)
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A
chegada do Partido Social Liberal (PSL) ao poder, com a vitória de Jair
Bolsonaro, tende a mexer com o jogo político nos municípios nos próximos anos.
A sigla quer apresentar candidatos em todos os 184 municípios do Ceará, na
disputa eleitoral de 2020. Na quarta, a agremiação reuniu a bancada nacional
eleita, em um hotel em Brasília, e decidiu atrair deputados de outras siglas,
com a janela partidária em 2019. O presidente do PSL no Ceará, Heitor Freire,
conta o plano da sigla para o Estado.
Como
foram as reuniões em Brasília? Definiram algo sobre o Ceará?
No
momento, é muita fase de "brainstorm", de ideias e projetos. Ninguém
está definindo os estados não. Fui a uma série de reuniões, da nossa bancada do
PSL, que contou com a presença do Bolsonaro. Foi reunião fechada, a imprensa
não teve acesso.
Você
conheceu gente da bancada nacional do PSL?
A
maioria eu já conheço, vem dos movimentos de direita como a Carla Zambelli,
Joice Hasselmann (deputadas eleitas em SP), dos movimentos pró-impeachment,
LulaNaCadeia. Desses 52 deputados, sou amigo de 45 deles.
O plano
de aumentar a bancada é para valer?
É
de vera. Na nossa reunião da bancada do PSL, foi tratada a questão do trabalho
dos diretórios nos estados. O PSL agora não é mais aquele patinho feio. Nós
elegemos 59 deputados, mas só 52 vão tomar posse, porque sete não passaram na
cláusula de barreira.Vão acontecer duas coisas para os partidos que não
passaram na cláusula de barreira: ou vão morrer ou vão ter de fazer uma fusão.
No
Ceará, o PSL já tem diretório definitivo?
Sou
presidente estadual da comissão provisória. Continuo na presidência por dois
anos, até passar as eleições. Conversei com o presidente nacional do PSL, o
Luciano Bivar, e já disse que a minha intenção é lançar candidatura em todos os
municípios do Ceará, sem exceção. Vamos lançar candidatura a vereador e vamos
avaliar a conjuntura de prefeito.
Você
precisará de muitos filiados para 184 cidades.
O
PSL está vivendo um novo momento. Antes de março de 2018, era quase um partido
de esquerda. Precisamos buscar pessoas alinhadas com nosso perfil. Nós tínhamos
mais de 60, dei baixa em todos e estou recomeçando tudo do zero. Vou recomeçar
em Fortaleza, vou recomeçar nos grandes municípios, municípios-polos, que é
Quixadá no Sertão Central; na região Norte, Camocim, Sobral; na Serra (da
Ibiapaba), quero Tianguá; quero lançar candidatos a prefeito, e nos outros
municípios vou avaliar compor (com outras siglas).
Tem
muito empresário querendo se filiar ao PSL?
Muito,
muito, porque nós estamos do lado daquele que gera emprego e renda. O
trabalhador já tem muito direito, ninguém vai querer remover o direito do
trabalhador. Mas não podemos esquecer os que foram esquecidos: os empresários,
que geram emprego e renda. Neste governo, queremos estar muito próximos dos
industriais, dos empresários, comerciantes, dos pequenos e microempresários.
O
Capitão Wagner (PROS) apoiou Bolsonaro e se fala na intenção dele de ser
prefeito. Quando você fala que o PSL cearense terá candidatos a prefeito, não é
necessariamente na cabeça de chapa?
Não
necessariamente na cabeça da chapa. Bolsonaro é um amigo pessoal. Depois do
governo formado e quando vier a conversa das eleições municipais, vou conversar
com Bolsonaro. Se ele acha que eu devo ser candidato à Prefeitura, eu vou ser.
Não desobedeço à ordem de Bolsonaro. Mas a minha sugestão é que já temos um
nome bom, que é do Capitão Wagner. Eu já conversei com o Capitão Wagner, nós
temos esse acordo: o Capitão Wagner indo para Prefeitura, eu indico o vice e
entro nessa campanha para elegê-lo.
Minha
intenção é daqui a 4 anos fazer uma boa gestão junto com Bolsonaro e disputar o
Senado ou o Governo, mas apoiando o Capitão Wagner na Prefeitura e indicando o
vice dele. Eu já tenho esse acordo com o Capitão Wagner. Mas eu sou um soldado:
se Bolsonaro disser "não, eu quero os meus candidatos à Prefeitura",
aqui no Ceará, o Capitão Wagner não tem essa proximidade com Bolsonaro, não
esteve mais de 15 minutos com Bolsonaro, o Eduardo Girão nunca esteve com
Bolsonaro na vida, acho que não, eles não têm como ser os interlocutores. Mas
isso é uma conversa que precisa ser construída. Conheço o Bolsonaro: ele só
entra em candidatura de quem ele conhece, de quem faz parte do convívio dele,
mas nada que não possa ser construído. Diário do Nordeste
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