O
Brasil pode levar quase uma década para voltar ao nível de desemprego que tinha
antes da crise, caso o País cresça nos próximos anos no ritmo esperado para
2019. Isso porque, mesmo após o fim da recessão, a lenta retomada da economia e
os adiamentos dos investimentos têm travado o mercado de trabalho.
O
mais recente Boletim Focus, do Banco Central, projeta que o Produto Interno
Bruto (PIB) do País cresça cerca de 2,5% no ano que vem. É um resultado melhor
que o esperado para 2018, de 1,5%, mas bem abaixo do que o mercado imaginava no
começo do ano.
Pesquisadores
do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, e do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) têm projeções semelhantes, imaginando um crescimento
entre 2,4% e 2,7% em 2019. Se o País mantiver um crescimento médio de 2,5% ao
ano, o desemprego, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua, do IBGE, só voltará aos 6,8%, registrados em 2014, em quase dez anos,
segundo a consultoria Schwartsman e Associados.
O
excesso de ociosidade do setor produtivo e a baixa demanda interna têm levado a
uma retomada lenta do emprego formal, diz o ex-diretor do Banco Central
Alexandre Schwartsman. "O mercado de trabalho está melhor do que há um ano,
mas ainda é o emprego informal - menos qualificado e com pior remuneração - que
está reagindo com mais força".
A
projeção da consultoria considera vários cenários de crescimento para o País e
o quanto a taxa de desemprego cairia em cada um deles. Se o País crescer em
média 4% ao ano, por exemplo, o desemprego volta ao nível de antes da crise em
quatro ou cinco anos.
Caso
o próximo governo consiga passar uma agenda robusta de reformas no Congresso e
sinalizar uma mudança na trajetória da dívida pública, a confiança e o
investimento voltam mais fortes e devem aquecer a economia e o mercado de
trabalho, diz Schwartsman.
Ele
lembra, no entanto, que se o desemprego ficar abaixo de 9%, apesar de positivo
para o trabalhador, seria suficiente para pressionar preços e salários e fazer
a inflação subir.
Números
11,7%
É A ATUAL taxa de desemprego do País, atingindo 12,4 milhões de pessoas,
dia o IBGE Agência Estado
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