O cearense Flávio Cruz agradeceu aos seus professores da
terra natal, Juazeiro do Norte, em vídeo gravado na Antártica. (Foto:
Reprodução/Flávio Cruz Produções)
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Para
quem cresceu sob os quase 40 graus de Juazeiro do Norte, no cariri cearense, chegar ao
lugar considerado o mais frio da terra, onde, no verão, com temperaturas até
amenas, a sensação térmica é cerca de -40ºC, é uma novidade e
tanto. Foi exatamente isso que o primeiro-sargento da Marinha do Brasil, Flávio Cruz, 38, vivenciou no
mês de novembro (e pela segunda vez, já que também esteve lá no ano passado). A
emoção levou-o a gravar um vídeo (CLIQUE AQUI PARA O VER O VÍDEO), postado em seu perfil pessoal do Facebook no
último dia 27, no qual aparece com a bandeira da terra natal, agradecendo a
alguns professores da escola pública João
Alencar de Figueiredo, onde estudou da alfabetização até a
antiga oitava série.
Em
seu depoimento, Flávio cita docentes e diretores da escola, e elogia o trabalho
daqueles que contribuíram para a sua formação. "Eu quero, diretamente da Antártica,
agradecer aos meus professores, professoras, alguns especiais que me vêm na
cabeça. Professora-tia Leonila, excelente professora de português; professor
Augusto, que ensinava matemática, um excelente professor. O senhor que me
ensinou as contas, que eu nunca esqueço a fórmula de Bhaskara, graças ao seu
ensino. Também o senhor ensinou química, física, na ausência de outros
professores", afirmou o sargento.
Flávio
citou ainda, carinhosamente, as "tias" Aparecida, Zezita, Zefinha,
Fátima e Socorro Moura. "Olha só, eu tô na Antártica, olha que coisa
bacana. Estudei no João Alencar de Figueiredo, uma escola simples, mas cheia de
professores valentes, que não desistem nunca. Estão lá. Alguns estão até o dia
de hoje ensinando. Cadê? Não tem o impossível, é só estudar, só correr
atrás", disse.
Cearense
realizou sonho viajando em missão para a Antártica
De
origem humilde, o juazeirense conta também no vídeo que já trabalhou como
engraxate, já vendeu latinha e até ferro velho. Mas hoje, ele está cuidando da
parte eletrônica do Navio Polar (NPo) Almirante Maximiano, viajando pela
Operação Antártica de número 37 (Operantar
XXXVI). Missões como essa visam a realização de pesquisas de
estudo da biodiversidade e do ecossistema antártico, investigações sobre as
mudanças climáticas naquela região e suas consequências em nível global e as
pesquisas nas áreas de oceanografia, glaciologia e geologia.
Em
entrevista ao Sistema
Verdes Mares, ele diz que sempre teve o sonho de conhecer o
continente gelado. "Eu falava sempre pro meu pai que eu ia pegar em neve
quando eu crescesse e, graças a Deus, é um sonho realizado". Antes dessa
missão, ele também já viajou em outras, conhecendo a Amazônia, a região do
Caribe e os Estados Unidos, por exemplo.
A
comitiva da qual Flávio faz parte atualmente saiu do Brasil no dia 8 de outubro
deste ano e deve retornar somente em 12 de abril de 2019 para a base, no Rio de
Janeiro, totalizando 186
dias de viagem.
Hoje,
ele mora em São Gonçalo (RJ) e está há três anos sem visitar a terra natal. Mas
sempre que vai faz questão de ir à escola e agradecer aos professores
pessoalmente. É que ali está escondido outro ideal do juazeirense. "Eu
tenho sonho de ser professor desde criança. Tinha esses professores como
mestres, sempre me espelhei neles. Para mim não é mais do que minha obrigação
fazer essa homenagem para essas pessoas que me ensinaram a ser o que sou
hoje", conclui. Diário do
Nordeste
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