Quando questionado sobre sua candidatura, Tasso
Jereissati diz que,
se for apoiado por um conjunto de partidos,
aceita o
"desafio". (Foto: Valter Campanato)
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Em
uma tentativa de quebrar
a hegemonia do MDB no comando do Senado e frear a
articulação do senador Renan
Calheiros (MDB-AL) para voltar à presidência da Casa,
senadores eleitos do PSDB, PDT, PPS, Rede e setores do PSL avaliam apoiar a
candidatura de Tasso
Jereissati (PSDB-CE).
O
nome do tucano conta com a simpatia do senador eleito Cid Gomes(PDT-CE), que foi
adversário político de Tasso no Ceará, e também do bloco PPS, PDT e Rede, que
soma 14 senadores.
"Tasso
é um nome excelente, tem o perfil. Uma das nossas preocupações é termos alguém
respeitável, que possa elevar o nome do Senado, mas não podemos ter um nome só.
Nosso objetivo é compor uma maioria e, para isso, é preciso abrir portas",
disse Cid Gomes.
A bancada do PSDB, que conta com
oito senadores (e deve receber mais uma parlamentar, Maisa Gomez, do Acre),
apoia o nome de Tasso, o que daria a ele, na largada, 23 votos.
A
movimentação ocorre no momento em que aliados do presidente eleito, Jair Bolsonaro, vislumbram
dificuldades no Senado devido àfragmentação
partidária registrada na eleição.
A
pedido de Bolsonaro, o PSL não deve disputar a presidência da Casa e o
presidente eleito tem dito não pretender atuar na disputa. A sigla, porém,
rejeita Renan. Um cenário avaliado pelo PSL é o de apoiar o senador David Alcolumbre (DEM-AP),
mas, se ele não se viabilizar, Tasso é visto como uma opção
"moderada".
O
senador tucano se reuniu na semana passada com a depurada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP).
Quando questionado sobre sua candidatura, Tasso diz que, se for apoiado por um
conjunto de partidos, aceita o "desafio".
Oposição
O PT até agora não fez uma
discussão formal sobre a posição do partido na escolha do presidente do Senado.
Segundo o senador Humberto
Costa (PT-PE), líder da legenda na Casa, a sigla defende a
manutenção da regra da
proporcionalidade - pela qual o MDB, que tem a maior
bancada, indica o presidente - como forma de blindar o Senado de um possível
avanço do Executivo.
"Tem
de ser alguém com autonomia e independência. Viemos de dois períodos com o
Executivo fraco (Dilma Rousseff e Michel Temer), Legislativo fraco por causa da
Lava-Jato e Judiciário forte. Agora, precisamos de alguém para enfrentar o
Executivo e até o Judiciário", disse Costa.
O
líder petista não quis falar em nomes, mas outros senadores da sigla, em
conversas reservadas, disseram que, caso Renan não se viabilize, o PT pode
apoiar um outro nome, como o de Tasso, já que os petistas não ficariam em
hipótese alguma ao lado de Simone
Tebet (MDB-MS).
Estadão
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