Dentre os entraves burocráticos alfandegários e
aduaneiros,
as empresas listam elevadas tarifas cobradas por portos e
aeroportos
como o ponto mais crítico. (Foto: Natinho Rodrigues)
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Em
meio ao estrangulamento
logístico do País - evidenciado, principalmente, após a
greve dos caminhoneiros deste ano -, o elevado custo dos transportes de cargas internacional
e doméstico continua como o principal entrave para as empresas exportadoras
no Ceará,
e em todo o Nordeste.
Os quesitos valor para envio de mercadoria para fora do País e valor no
trânsito entre os estados brasileiros foram considerados muito impactantes por,
respectivamente, 47,8% e 46,38% das empresas exportadoras da Região, numa
escala de criticidade que vai de 1 a 5.
Na
sequência, são apontados entraves como juros elevados para financiamento
ao investimento na
produção (43,3%), elevadas tarifas cobradas por portos e aeroportos (41,8%) e
por órgãos anuentes (38,8%). O diagnóstico é da pesquisa "Desafios à
Competitividade das Exportações Brasileiras" de 2018, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em
parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O material foi repassado com exclusividade ao
Diário do Nordeste, no Ceará.
O
cenário tortuoso para a exportação evidenciado
pelo estudo é mais severo para as pequenas e médias empresas, segundo
avalia Karina
Frota, gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das
Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
"Mesmo
com um preço mais acessível do transporte marítimo, por exemplo, há empresas
que não têm condição de entrar no mercado internacional por não conseguir
encher um contêiner inteiro", observa, a partir de acompanhamento que faz
da realidade cearense.
Dentre
os entraves burocráticos alfandegários e aduaneiros, as empresas listam
elevadas tarifas cobradas por portos e aeroportos como o ponto mais crítico.
"Em Fortaleza, é obrigatória a cobrança de uma taxa de escaneamento de
contêiner, mesmo estando vazio. Perdemos muita competitividade para o porto de
Natal, por exemplo, onde não é obrigatório", lamenta a gerente do
CIN/Fiec.
Órgãos
anuentes
Outra
dificuldade enfrentada com frequência pelos exportadores cearenses diz respeito
ao funcionamento dos
portos e aeroportos. "Embora funcionem 24 horas por dia
para a entrada e saída de navios, não se consegue despachar em qualquer horário
porque os órgãos anuentes não funcionam 24 horas, nem nos fins de semana.
Imagine um navio ficar parado dois dias no porto esperando o despacho? São
custos inseridos para esse exportador", denuncia.
Ela
ainda destaca a necessidade de reposição de pessoal desses órgãos para garantir
a continuidade do fluxo de despacho
das mercadorias. "É um problema muito sério, que a gente
não consegue visualizar solução no curto prazo. Há fiscais de órgãos anuentes
se aposentando e não há substituição. Têm épocas que é muito complicado
mesmo", avalia a gerente do CIN. Diário do Nordeste
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