Com
99% de chances de ocorrer no primeiro mês do ano de 2019, o "El Niño"
deve ocasionar um período de irregularidades na quadra chuvosa no Ceará, segundo
o coordenador-Geral de Meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet), Expedito Rebello. "Tem que aproveitar para armazenar água nos
meses chuvosos", destaca.
O
coordenador explica que as águas do Oceano Pacífico Equatorial já estão
aquecidas e assim devem permanecer em janeiro, mas o período não
necessariamente deve ser de "seca" no Nordeste. A Fundação Cearense
de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) explicou em setembro último, que
das últimas 15 ocasiões de El Niño, 11 geraram impactos de seca.
Os
efeitos devem ser "chuvosos" no Sul do país, e "chuvoso" do
Sul da Bahia, Sudeste e parte do Centro-Oeste, segundo a Administração Oceânica
e Atmosférica Nacional (NOAA), na sigla internacional). O estado atual é de
"Alerta", para o Serviço Nacional da Austrália. O próximo status é de
confirmação do fenômeno, seguindo a escala desenvolvida pelo Serviço.
"É
uma questão de tempo para os órgãos oficiais de meteorologia como a NOAA e o
Serviço Australiano decretarem o início do acoplamento Oceano-Atmosfera. É
irreversível. Vai acontecer", reforça Expedito. O coordenador destaca
ainda que o próximo evento será "fraco".
"O
aquecimento está maior na área central do Oceano Pacífico e não na costa do
Peru e do Equador. Nesse caso, o Nordeste poderá até se beneficiar",
complementa. "As águas estão muito quentes na superfície e no fundo do
Oceano Pacífico Equatorial até 300 metros de profundidade".
O
El Niño vai ter seu maior impacto possivelmente no trimestre março-maio de
2019, onde suas características naturais vão aparecer com mais atividade. Em
setembro, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
informou que o Ceará tinha 67% de chance de retorno do "El Niño"
ainda em 2018.
A
Funceme declarou ainda, à época, que o fenômeno iria representar uma possível
quadra chuvosa "abaixo da média" para o próximo ano. O Centro de
Previsão Climática do NOAA, dos Estados Unidos, avaliou que a chance de
ocorrência do fenômeno entre o fim de 2018 e o começo do próximo ano é de 70%. Diário do Nordeste
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