Com
a divulgação de que os municípios de Itapipoca, Mombaça e Pedra Branca
apresentaram indícios de presença de ouro no solo, a expectativa do Serviço
Geológico do Brasil (CPRM) é que o Estado possa atrair investidores do setor de
mineração para exploração comercial do metal.
"A
ideia é incentivar a iniciativa privada para, a partir daí, nós sabermos a
potencialidade", diz Edney Smith Palheta, gerente de geologia e recursos
minerais da Residência de Fortaleza do CPRM. O documento que apontou
indicadores da presença de ouro em áreas dos municípios foi apresentado na
última quinta-feira (29).
"Esse
(levantamento) é o pontapé inicial da pesquisa geológica. Nós temos os indícios
da presença de ouro. Agora, com base nisso, as empresas de mineração irão
decidir se têm interesse na prospecção. E, caso haja, a empresa irá requerer a
área e verificar a viabilidade econômica", diz Smith Palheta.
Segundo
ele, um projeto anterior, feito por uma empresa privada na região de Mombaça,
Pedra Branca e Itapipoca, indicou a presença de ouro, de modo que o dado
apresentado pelo CPRM fortalece esse indício.
"Nosso
estudo aumentou a expectativa para condições de, no futuro, haver uma mina na
região que seja interessante economicamente. Fizemos um enfoque para estudar
mais as ocorrências de ouro, e isso aumentou o leque de potencialidade para a
área", diz Palheta. De acordo com o Anuário Mineral Estadual (2014 e
2015), elaborado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em
2015, o Ceará tinha uma reserva de ouro indicada de 1.487 kg. Naquele ano, o
Estado movimentou, entre beneficiamento e comercialização, apenas R$ 3.641 no
mineral.
Outros
minerais
Conforme
o levantamento do CPRM, a região de Pedra Branca foi selecionada para o estudo
por estar situada em uma área "onde, destacam-se zonas favoráveis para
conter mineralizações de ouro, elementos do grupo da platina, ferro, grafita e
manganês". Além de ouro, o estudo da Residência de Fortaleza encontrou
indícios de chumbo e prata em Irauçuba, a 160 quilômetros da Capital.
Cartografia
O
levantamento das áreas dos três municípios, chamada de folha pelos geólogos,
faz parte da cartografia geológica básica, que está em processo de confecção há
cerca de 10 anos e já mapeou 25 folhas, o que equivaleria à metade do
território do Ceará. Segundo o CPRM, existem 81 requerimentos dentro dos
limites da folha Itapipoca, envolvendo várias substâncias, como granitos,
gnaisses, calcário, argila, areia, diatomita, arenito e pegmatito. Outras
substâncias autorizadas à pesquisa são quartzo, ferro e ouro.
Em
dezembro de 2017, foi sancionada a Lei 13.540/2017, que altera alíquotas da
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), espécie de
royalty pago pelas mineradoras a estados e municípios. A partir de então, o
ouro extraído por mineradoras passou a pagar 1,5%, em vez de 1%. Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário