As infecções hospitalares causadas por fungos
multirresistentes devem se tornar cada vez mais comuns, segundo o pesquisador
do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo João Nóbrega de
Almeida Jr. “Se existe a superbactéria, existe o superfungo também”, disse o
especialista que atua também no Hospital da Clínica de São Paulo ao comparar os
fungos resistentes à superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase).
Recentemente, Almeida publicou um artigo no jornal
científico Transplant Infectious Disease sobre
o primeiro caso de um paciente contaminado pelo fungo Lomentospora
prolificans na América do Sul. O rapaz havia feito transplante
de medula há cerca de um mês quando foi infectado pelo fungo e acabou morrendo
em decorrência da contaminação.
Segundo o pesquisador, o fungo só é capaz de afetar
pessoas com o sistema imunológico comprometido. No entanto, caso a contaminação
aconteça, a letalidade é de mais de 80%. Como ainda existem poucos laboratórios
preparados para identificar esse tipo de infecção, Almeida acredita que possa
haver casos não registrados. “Esse fungo não deve ter em grande
quantidade no ambiente, como em outros países, mas também porque os nossos
laboratórios não são habilitados para fazer o diagnóstico”, afirma.
Existem, entretanto, outros fungos que apresentam
uma ameaça maior por poderem infectar não só pacientes com o sistema
imunológico fragilizado, mas em situação delicada de internação, como em
unidades de tratamento intensivo. Esse é o caso do Cândida
auris. Agência Brasil
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