Ontem, em Fortaleza, o dia foi de céu cinza e chuva
durante todo o dia. (FOTO: JULIO CAESAR)
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As
precipitações de ontem contribuíram para que o mês de novembro no Ceará fosse o
mais chuvoso dos últimos 38 anos. Desde 1979, quando foram registrados 28,5
milímetros (mm) na média, não chovia tanto quanto os 26 mm da média de novembro
deste ano. O levantamento da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme), porém, é preliminar (ainda não registra toda a chuva de
ontem em Fortaleza, por exemplo), atualizado à medida em que os municípios
enviam os dados, como pondera o órgão. A média histórica para novembro no
Estado é de 5,8 mm.
Em
Fortaleza, até as 17 horas de ontem, a estação pluviométrica do bairro
Presidente Kennedy havia registrado precipitação de 74,2 mm, conforme o Centro
Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A maior
chuva registrada pelo Cemaden ocorreu em Caucaia (Região Metropolitana de
Fortaleza). Na estação Tabapuãzinho, o total registrado foi de 106 mm, também
até as 17 horas. Outras chuvas expressivas, conforme o órgão, ocorreram em
Amontada e Viçosa do Ceará.
Diferente
da Funceme, o Cemaden não dispõe de dados de chuvas de todos os municípios
cearenses.
No
intervalo entre as 7 horas de quinta-feira, 29, e as 7 horas de ontem, 30, a
Funceme registrou chuva em 13 municípios. Onze deles localizados na região Sul
do Estado ? as outras cidades são Fortaleza e Itapipoca, a 135 quilômetros da
Capital. A maior das chuvas nesse período foi em Lavras da Mangabeira, a 460
quilômetros de Fortaleza, onde choveu 60 mm. Outras chuvas de destaque
ocorreram em Cariús, a 423 quilômetros da Capital, onde foi registrada
precipitação de 45 mm e Várzea Alegre, a 427 quilômetros da Capital, onde
choveu 41 mm.
Dois
sistemas diferentes, em duas regiões distintas, atuaram para causar as chuvas
de ontem no Estado, explica o meteorologista Raul Fritz, supervisor da Unidade
de Tempo e Clima da Funceme. No Sul do Estado, contribuiu para as precipitações
a atuação de um Cavado de Altos Níveis (CAN) no leste do Nordeste. Em um
cavado, a região da atmosfera tem pressão mais baixa em comparação com as
regiões vizinhas. Este sistema está atuando a aproximadamente 12 quilômetros de
altura, conforme a Funceme.
Já
no Litoral, as chuvas estão associadas à aproximação de uma Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT), a mesma que já havia ocorrido na última
semana. A ZCIT é uma estreita faixa de nuvens, onde os ventos alísios dos dois
hemisférios se encontram, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet). Os ventos alísios são ventos persistentes que sopram em células de
alta pressão alinhadas, os anticiclones subtropicais. Este é um dos principais
formadores de nuvens e, consequentemente, de chuva no Ceará.
"A
atuação destes dois sistemas contribuiu para a formação de nuvens e,
consequentemente, de chuvas. Porém, o cavado já deve ser dissipado nesta
sexta-feira (ontem), apesar da possibilidade de mais precipitações no fim de
semana", declarou Fritz.
Previsão
da Funceme indica para hoje e amanhã possibilidade de chuvas em todas as
regiões do Estado. Com o risco de precipitações intensas, a Defesa Civil já foi
avisada.
O
mês que se inicia hoje é conhecido pelas chuvas da pré-estação, que se estendem
até janeiro. A tendência histórica sobe para 31,6 mm de média no Estado. O Povo
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