quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Perto do fim do prazo, apenas 11% dos médicos se apresentam no Ceará


A pouco mais de uma semana para o fim do prazo de apresentação para o início do trabalho no programa Mais Médicos no Ceará, apenas 11% dos 443 profissionais selecionados foram homologados para começar as atividades.

Até ontem, 49 médicos haviam se apresentado de fato para trabalhar em 20 cidades cearenses, segundo balanço mais recente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Estado (Cosems-CE). O período se encerra no dia 14 de dezembro. Houve desistências de médicos inscritos em pelo menos três municípios: Tamboril, Ararendá e Parambu.

No Estado, foram abertas 443 vagas desde a saída dos cubanos, em 20 de novembro, último dia de expediente dos estrangeiros no Brasil depois de o governo da ilha romper contrato com o País sob a justificativa de que não aceitaria as condições impostas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), como a revalidação do diploma. Ao todo, 118 municípios cearenses contavam com 448 profissionais caribenhos atuando no programa.

"Eu acho muito difícil que a gente consiga preencher essas vagas até o fim do prazo (dia 14)", avalia Sayonara Cidade, vice-presidente do Cosems-CE. Também secretária da Saúde de Cedro, ela afirma que o Estado tem hoje dificuldade para ocupar todas as vagas do Mais Médicos abertas, sobretudo na região do Sertão Central, área mais vulnerável do território.

De acordo com Sayonara, a causa do baixo índice de apresentação de médicos no Ceará tem relação direta com a carga horária do Mais Médicos, que é de 40 horas semanais - 32 de atendimento na Atenção Primária e oito dedicadas a estudos de especialização.

"Normalmente (os médicos) desistem por causa dessa carga horária, porque o valor da bolsa é praticamente o mesmo (R$ 11,8 mil mensais) do que pagam as prefeituras", acrescenta a gestora.

Em alguns municípios, a reportagem apurou que médicos vêm tentando negociar uma flexibilização nesse regime de trabalho. É o caso de Tamboril, Uruoca, Moraújo e Morada Nova, por exemplo.

Nessas cidades, profissionais entraram em contato com os secretários de Saúde a fim de tentar abrandar a exigência de cumprimento das 40 horas, um dos itens obrigatórios previstos no edital.    O Povo

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