quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Tráfico de fósseis volta a preocupar com encerramento de Escritório Regional em Crato


Enquanto Regional, o escritório realizava incursões mensais nas mais de 100 áreas requeridas, em locais de atividade mineradora. (Foto: Reprodução/ Diário do Nordeste)
Após 30 anos de serviço, o Escritório Regional do Departamento de Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Crato, está com os dias contados.

A decisão de encerrar as atividades deste que é o órgão responsável, entre outras coisas, pela fiscalização, proteção e recolhimento do patrimônio fossilífero extraído em locais de mineração está diretamente ligada às mudanças dentro da Agência Nacional de Mineração, antigo DPNM, em resolução publicada dia 12 de dezembro no Diário Oficial da União.

Materiais apreendidos e exibidos no pequeno Museu do Escritório serão encaminhados para instituições de pesquisa da região, como a Universidade Regional do Cariri, que mantém do Museu de Paleontologia.

Com seu fechamento, o atual Chefe do Escritório, o geólogo Arthur Andrade, se preocupa com a abertura de um vácuo na fiscalização e coibição do tráfico de fósseis na região do Cariri, atividade ilícita que até pouco tempo saqueava sem dificuldades patrimônio de milhões de anos, revendendo para colecionadores particulares nos Estados Unidos e Europa.

Casos como a prisão de um "peixeiro", em 1985, com mais de 3.000 fósseis extraídos da Chapada do Araripe que iriam para São Paulo, a apreensão de 20.000 fósseis vendidos ilegalmente na Europa negociada pelo alemão Michael Schwickert, em 1995, ou a interceptação pela Polícia Federal de outras milhares de peças raras que sairiam daqui diretamente para a França são exemplos do interesse e valor que estas peças retiradas do solo caririense tem.

Ainda não está claro como a Agência Nacional pretende coordenar as atividades na região do Cariri à distância, se por Gerência Regional em Fortaleza, ou com uma Unidade Avançada, como aconteceu em algumas cidades do Sul e Sudeste.

"Não haverá atividade diurna, mas a região não ficará desassistida", afirma Andrade, que aguarda remanejamento para a superintendência em Fortaleza. No entanto, se preocupa com o aumento de atividades ilícitas.

"O que acontece é que, pela logística, o DNPM estava presente para qualquer denuncia ou fiscalização. Já estávamos aqui. Não havia necessidade de deslocamento e a resposta seria muito mais rápida do que possamos imaginar", lamenta.

Enquanto Regional, no que compete a fiscalização contra extravio de fósseis, o DNPM realizava incursões mensais nas mais de 100 áreas requeridas, em locais de atividade mineradora na região, somando várias cidades como Santana do Cariri, Nova Olinda, Missão Velha, Abaiara, Jardim, entre outras. Site Miséria

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