Competição de motos foi bem acirrada neste ano.
(Foto:
Antônio Rodrigues)
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Depois
de percorrer mais de 1.200 quilômetros, passando por mais de 30 municípios, o
Rally Piocerá 2019 - tradicional prova off-road do País - realizou sua chegada,
na tarde de ontem (25), em Juazeiro do Norte. A largada aconteceu na última
terça-feira (21), em Teresina (PI) e, depois de quatro dias de prova, a terra
do Padre Cícero recebeu, de forma inédita, o fim da competição. O evento
mobilizou mais de mil pessoas, entre competidores, equipes e pessoal de apoio.
Ao
todo, foram 48 carros, 175 bikes, 110 motos, 13 UTVs e 11 quadriciclos disputando
em diversas categorias. Este ano, competidores de 23 estados do Brasil e até do
exterior percorreram sertão e serra em um percurso inédito. O diretor geral do
Enduro-rally, Ehrlich Cordão, comemorou o sucesso da prova, principalmente,
pela 4ª passagem pela região do Cariri, terra de sua mãe e de seu avô.
"Foi uma forma de homenagear minha família. As pessoas pensam que Ceará só
é praia. Mas o ecoturismo é muito forte aqui", ressalta.
A
competição passou pela região em 2003, 2005 e 2015, mas, pela primeira vez,
encerra o evento. "Aqui temos o GeoPark, a primeira floresta nacional do
Brasil, Nova Olinda com ateliê de Espedito Seleiro, Assaré com o maior poeta
popular do Brasil, Juazeiro, com a segunda maior romaria do Brasil, Santana do
Cariri com as maiores reservas de fósseis do mundo, e uma beleza exótica,
exuberante. Isso aqui é o 'oásis do Nordeste'. É oportunidade para os pilotos
que são empresários conhecerem e poderem investir aqui", completa Cordão.
Adrenalina
"Dever
cumprido", resumiu Fernando Lage (Belo Horizonte-MG), campeão da categoria
Master nos carros ao lado do navegador Jhonatan Ardigo. Há 27 anos, Lage
pratica o esporte, mas, segundo o piloto, nunca correu uma prova tão longa em
sua carreira como esta. "Teve dia de correr 11 horas e 40 minutos",
descreve. Nos quatro dias de competição, a dupla largou por volta das 7h e isso
exigiu resistência dos competidores. "Aqui pegamos serra, areia, sertão.
Acaba exigindo mais. É diferente do tipo de piso. A gente anda num piso mais batido,
sem pedra. Aqui andamos em cascalho, areia, serra", completa.
Nas
motos, o multicampeão Sandro Hoffmann (Venda Nova do Imigrante - ES) cumpriu
seu favoritismo e venceu na categoria "Sênior", mesmo passando por um
imprevisto: o pneu dianteiro do veículo furou no último dia, obrigando o piloto
a gastar 16 minutos consertando. "Tivemos trechinho de 'hard'. Coisa
pesada mesmo de trilha, na proteção da moto para concluir a prova. Velocidade
alta. Alguns lugares altos, semelhante ao motocross. Então, o piloto tem que ser
bem completo para concluir os quatro dias e são poucos que conseguiram chegar
inteiros até aqui", conta.
Pela
oitava vez, Wescley Dutra (Fortaleza-CE) disputou o rally no quadriciclo e foi
campeão pelo segundo ano consecutivo. No penúltimo dia, o piloto ainda viveu
uma situação inusitada, tendo que tanger uma boiada para seguir na prova.
"O momento da chegada é quando extravasa. Ganhar é consequência, mas só em
terminar já é uma vitória", destaca. Este ano, o piloto acredita que o
trajeto foi difícil por passar por diversas subidas e descidas. "Muito
diferenciado de quando vai pro litoral, que pega mais estradinhas. Foi bacana
pegar essa parte de serra, porque exige mais tanto na navegação como no preparo
físico", disse.
A
competição contou com a participação ilustre da ciclista olímpica goiana Raiza
Goulão, que representou o Brasil nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Pela primeira vez no Cariri, a atleta disse que sua presença na prova serviu
para intensificar os treinos para as competições que seguirão ao longo do ano.
Mesmo assim, foi campeã na categoria "Elite feminino" representando a
equipe do Audax Corinthians.
Beleza
Com
dez participações, o ciclista suíço Jeff Thevs, aos 65 anos, participou do
evento e ficou encantado com a beleza da Chapada do Araripe. "Eu gostei da
mata. Lá em cima é lindo demais. É maravilhoso!", elogiou. Antes de
pedalar, ele competia nas motos e treinava paralelamente na bicicleta para
melhorar o condicionamento físico e o equilíbrio. Com o passar dos anos, largou
as duas rodas motorizadas. "Com idade, pensei em usar bicicleta que é mais
saudável", explica. Apesar das subidas e dos trechos mais exigentes,
ressalta: "Aqui é um patrimônio forte do moutain bike".
Ao
todo, foram 48 carros, 175 bikes, 110 motos, 13 UTVs e 11 quadriciclos
disputando em várias categorias. Este ano, tiveram competidores de 23 estados
do País e até do exterior. Diário do
Nordeste
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