sábado, 26 de janeiro de 2019

Rally Piocerá chega ao fim após quatro dias de prova


Competição de motos foi bem acirrada neste ano.
(Foto: Antônio Rodrigues)
Depois de percorrer mais de 1.200 quilômetros, passando por mais de 30 municípios, o Rally Piocerá 2019 - tradicional prova off-road do País - realizou sua chegada, na tarde de ontem (25), em Juazeiro do Norte. A largada aconteceu na última terça-feira (21), em Teresina (PI) e, depois de quatro dias de prova, a terra do Padre Cícero recebeu, de forma inédita, o fim da competição. O evento mobilizou mais de mil pessoas, entre competidores, equipes e pessoal de apoio.

Ao todo, foram 48 carros, 175 bikes, 110 motos, 13 UTVs e 11 quadriciclos disputando em diversas categorias. Este ano, competidores de 23 estados do Brasil e até do exterior percorreram sertão e serra em um percurso inédito. O diretor geral do Enduro-rally, Ehrlich Cordão, comemorou o sucesso da prova, principalmente, pela 4ª passagem pela região do Cariri, terra de sua mãe e de seu avô. "Foi uma forma de homenagear minha família. As pessoas pensam que Ceará só é praia. Mas o ecoturismo é muito forte aqui", ressalta.

A competição passou pela região em 2003, 2005 e 2015, mas, pela primeira vez, encerra o evento. "Aqui temos o GeoPark, a primeira floresta nacional do Brasil, Nova Olinda com ateliê de Espedito Seleiro, Assaré com o maior poeta popular do Brasil, Juazeiro, com a segunda maior romaria do Brasil, Santana do Cariri com as maiores reservas de fósseis do mundo, e uma beleza exótica, exuberante. Isso aqui é o 'oásis do Nordeste'. É oportunidade para os pilotos que são empresários conhecerem e poderem investir aqui", completa Cordão.

Adrenalina
"Dever cumprido", resumiu Fernando Lage (Belo Horizonte-MG), campeão da categoria Master nos carros ao lado do navegador Jhonatan Ardigo. Há 27 anos, Lage pratica o esporte, mas, segundo o piloto, nunca correu uma prova tão longa em sua carreira como esta. "Teve dia de correr 11 horas e 40 minutos", descreve. Nos quatro dias de competição, a dupla largou por volta das 7h e isso exigiu resistência dos competidores. "Aqui pegamos serra, areia, sertão. Acaba exigindo mais. É diferente do tipo de piso. A gente anda num piso mais batido, sem pedra. Aqui andamos em cascalho, areia, serra", completa.

Nas motos, o multicampeão Sandro Hoffmann (Venda Nova do Imigrante - ES) cumpriu seu favoritismo e venceu na categoria "Sênior", mesmo passando por um imprevisto: o pneu dianteiro do veículo furou no último dia, obrigando o piloto a gastar 16 minutos consertando. "Tivemos trechinho de 'hard'. Coisa pesada mesmo de trilha, na proteção da moto para concluir a prova. Velocidade alta. Alguns lugares altos, semelhante ao motocross. Então, o piloto tem que ser bem completo para concluir os quatro dias e são poucos que conseguiram chegar inteiros até aqui", conta.

Pela oitava vez, Wescley Dutra (Fortaleza-CE) disputou o rally no quadriciclo e foi campeão pelo segundo ano consecutivo. No penúltimo dia, o piloto ainda viveu uma situação inusitada, tendo que tanger uma boiada para seguir na prova. "O momento da chegada é quando extravasa. Ganhar é consequência, mas só em terminar já é uma vitória", destaca. Este ano, o piloto acredita que o trajeto foi difícil por passar por diversas subidas e descidas. "Muito diferenciado de quando vai pro litoral, que pega mais estradinhas. Foi bacana pegar essa parte de serra, porque exige mais tanto na navegação como no preparo físico", disse.

A competição contou com a participação ilustre da ciclista olímpica goiana Raiza Goulão, que representou o Brasil nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Pela primeira vez no Cariri, a atleta disse que sua presença na prova serviu para intensificar os treinos para as competições que seguirão ao longo do ano. Mesmo assim, foi campeã na categoria "Elite feminino" representando a equipe do Audax Corinthians.

Beleza
Com dez participações, o ciclista suíço Jeff Thevs, aos 65 anos, participou do evento e ficou encantado com a beleza da Chapada do Araripe. "Eu gostei da mata. Lá em cima é lindo demais. É maravilhoso!", elogiou. Antes de pedalar, ele competia nas motos e treinava paralelamente na bicicleta para melhorar o condicionamento físico e o equilíbrio. Com o passar dos anos, largou as duas rodas motorizadas. "Com idade, pensei em usar bicicleta que é mais saudável", explica. Apesar das subidas e dos trechos mais exigentes, ressalta: "Aqui é um patrimônio forte do moutain bike".

Ao todo, foram 48 carros, 175 bikes, 110 motos, 13 UTVs e 11 quadriciclos disputando em várias categorias. Este ano, tiveram competidores de 23 estados do País e até do exterior.   Diário do Nordeste

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