O
casal Janaísa Gonçalves Santana e Adriano Nunes Santana, do sítio Catolé do
Horto, vinha tentando engravidar há pelo menos 5 anos e a felicidade dos dois
com a gravidez desapareceu após final trágico no último 31 de janeiro, quando
seu primeiro filho nasceu sem vida no Hospital e Maternidade São Lucas, em
Juazeiro do Norte. Em desespero, o casal culpa o Hospital por negligência
médica. Uma manifestação foi organizada na tarde desta quinta-feira, 28, na
porta da instituição.
Segundo a mulher relata, há pelo menos 13 dias pedia ao corpo médico que realizasse exame de ultrassonografia para atestar a saúde do bebê, uma vez que estranhou a "pouca movimentação" do feto no útero.
O pedido foi negado e, mesmo com insistência da família em realizar o exame de modo particular, funcionários do Hospital teriam dito, ainda segundo relato, que não havia necessidade e que se caracterizava em caso de um "bebê preguiçoso". À essa altura, Janaísa estava com 30 semanas de gestação.
No dia 29, a mulher relata que fez exame de ultrassonografia e os médicos não encontraram batimento cardíaco, mas não tomaram providências. "Naquela noite fui dormir chorando, sabendo que tinha perdido meu filho", Janaísa lembra. No dia 30, a mulher sangrou e outro exame foi realizado, desta vez, atestando o óbito do feto.
Ela ficou internada de 19 de janeiro a 31 de janeiro, tendo parto vaginal na madrugada deste último, com o bebê nascendo sem vida.
"Não tive nenhuma assistência. Eu dizia que tinha algo errado, mas eles diziam que estava tudo normal e não tinha necessidade de ultrassom", Janaísa denuncia, ainda relatando que teve má atendimento hospitalar e listando supostas más condições estruturais no quarto de internação.
"Uma família foi destruída, um casal que sonhava com um filho, planejando há 5 anos. Perdemos um filho que estava perfeito".
HOSPITAL SE MANIFESTA
O Instituto Médico de Gestão Integrada (IMEGI), responsável pelo Hospital e Maternidade São Lucas diz que, de acordo com o prontuário médico, a paciente foi internada na unidade de saúde, no dia 19 de janeiro, com infecção secundária da epidermoide bolhosa - doença pré-existente que caracterizava um pré-natal de alto risco. Ainda durante o internamento foi diagnosticado pré-eclampsia e diabetes gestacional.
"Pelo risco de tromboembolismo e complicações para a mãe e feto, foi prescrito anticoagulante e antibiótico. A paciente teve acompanhamento da equipe multidisciplinar e monitoramento diário dos batimentos cardíacos do feto que, até o dia 28 de janeiro, seguia com vida. Maria Janaisa evoluiu com melhora das queixas, porém com dificuldade de controle da glicemia, tendo como intercorrência o óbito fetal - complicação gerada pela diabetes e pré-eclampsia. O parto foi vaginal devido ao risco de sangramento intenso", ressalta a nota da IMEGI.
O Instituto finaliza afirmando que "a paciente teve toda a assistência devida dentro da unidade, porém tais patologias citadas acima podem ocasionar um desfecho médico insatisfatório por se caracterizar como uma gestação de alto risco para o feto e para mãe". Site Miséria
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