domingo, 24 de fevereiro de 2019

Barragem do Rio Cocó é a 5ª a sangrar no Estado em 2019

Com capacidade máxima de armazenamento de mais
de 5 milhões de m³, a barragem do Rio Cocó foi construída
para conter o excedente de água na quadra chuvosa.
(Foto: Cid Barbosa)
A barragem do Rio Cocó, no conjunto Palmeiras, em Fortaleza, sangrou neste domingo (24). É a 5ª barragem do Estado a sangrar em 2019, segundo o Portal Hidrológico da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh). O reservatório atingiu 100% da capacidade após a chuva de 120,3 mm que atingiu a Capital entre as 7h do sábado (23) e as 7h deste domingo.

O açude Maranguapinho, em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, sangrou no sábado (23) e, antes dele, o Germinal, no município de Palmácia; o Tijuquinha, em Baturité; e o São José, na cidade de Boa Viagem, também chegara aos 100% da capacidade. Oito açudes estão com volume acima de 90%.

Com capacidade máxima de armazenamento de mais de 5 milhões de m³, a barragem do Rio Cocó foi construída para conter o excedente de água no período mais intenso da quadra chuvosa na Capital, evitando alagamentos em bairros vulneráveis. No total, o investimento foi da ordem de R$ 105 milhões.

Maiores açudes têm situação crítica
Apesar da boa notícia, os principais açudes do Ceará seguem em situação crítica. O Castanhão, principal reservatório a abastecer a Região Metropolitana de Fortaleza, tem apenas 3,49% da capacidade máxima. Já o Orós, segundo maior açude do estado, tem 5,39% do volume máximo e corre o risco de chegar ao volume morto neste ano.

Apesar da gravidade da situação, há motivos para ter esperança. Em janeiro, o Ceará estava com 42,03% do seu território sem seca relativa. O cenário é o melhor a o Estado desde que a situação da seca do Nordeste começou a ser monitorada regularmente, em julho de 2014.

De acordo com a  Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a área sem seca era de 7,55%, em dezembro de 2018, o que representa uma diferença de 34,48% em comparação com o mês passado. Em relação a janeiro do ano passado, a situação é ainda mais positiva, pois há um ano o Ceará não apresentava nenhuma porção do seu território sem seca.

Chuvas em fevereiro já superam média histórica
O sangramento de reservatórios está relacionado aos bons volumes de chuva no Ceará. Neste mês de fevereiro, o primeiro da quadra chuvosa, o acumulado de precipitações é de 145,4 milímetros, número 22,5% maior que a média histórica para o período no Estado. Os dados são preliminares e pode sofrer alterações.


Entre o sábado (23) e este domingo (24), choveu em pelo menos 116 municípios do Estado. O destaque foi São Gonçalo do Amarante, no Litoral Oeste do Estado, onde foram registrados 125 mm. Neste mesmo período, também fi registrada a maior chuva do ano em Fortaleza, com 120,3mm, segundo a Funceme.    Diário do Nordeste

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