(Foto: Isaac Macedo)
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“Saúde
não se vende, se defende”, “Erro médico e mau atendimento também é
crime”, “Estamos de luto. Queremos justiça”, diziam alguns dos
cartazes trazidos por familiares e amigos de Sthefany Alves Duarte,
de 15 anos, que morreu no último dia 19. O grupo de aproximadamente 30 pessoas
protestou, na tarde desta terça-feira (26), contra a morte da adolescente que,
para eles, foi vítima de negligência pelo Hospital Maternidade São Lucas de
Juazeiro do Norte.
A
caminhada iniciou em frente ao 2º Batalhão da Polícia Militar e seguiu pela Rua
São Pedro – principal via comercial da cidade – em direção à Câmara Municipal
de Juazeiro do Norte, onde aconteceu sessão ordinária. Porém, os manifestantes
não puderam usar o microfone. Além dos familiares de Sthefany, haviam outra
mães que se diziam vítimas de negligência da unidade.
A
dona de casa Damiana Alves, mãe da adolescente, disse que está muito
triste com morte da filha. “Tudo que quero é justiça”, garante. Desde a semana
passada, a mulher não se alimenta direito. “A vontade é de morrer também para
estar perto de minha filha”, desabafa.
O caso
Sthefany
Alves Duarte foi internada no dia 2 de fevereiro no Hospital Maternidade São
Lucas, em Juazeiro do Norte, para dar à luz ao filho cinco dias depois.
Após o parto, a garota começou a sentir dores, sangrar muito e sofrer febre.
Mesmo assim, ela recebeu alta e voltou para casa. Dias depois, a jovem
retornou, pois, os sintomas não passaram e, segundo Damiana, os médicos
disseram que se tratava de gases intestinais.
Insatisfeitos
com isso, os parentes levaram a adolescente ao Hospital São Vicente de Paulo,
em Barbalha. Lá, foi feita uma ultrassonografia, que detectou uma infeção no
útero de Sthefany. A jovem teve que passar por uma cirurgia de alto risco para
a retirada do órgão.
Apesar
de sofrer duas paradas cardíacas, conseguiu sobreviver à intervenção. Contudo,
a infecção já tinha se espalhado pelo corpo da adolescente, que faleceu na
Unidade de terapia intensiva (UTI) no último dia 19. No
dia seguinte, em seu cortejo de sepultamento, dezenas de pessoas
depredaram o São Lucas quando o corpo de Sthefany passava em frente à unidade
médica, antes de chegar ao cemitério.
Em
nota, o Instituto Médico de Gestão Integrada (IMEGI), que gerencia o Hospital
Maternidade São Lucas, disse que irá abrir uma sindicância médica para apurar o
ocorrido no caso da adolescente. Blog Diário Cariri
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