domingo, 3 de fevereiro de 2019

Fortalecido no Congresso, Bolsonaro quer pacificar relação com Renan por reformas


A eleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para presidente do Senado Federal representou uma vitória de Jair Bolsonaro, sobretudo do ministro da Casa CivilOnyx Lorenzoni, mas fez com que o Planalto ganhasse um adversário considerado influente: Renan Calheiros (MDB-AL).

A avaliação tem sido feita em caráter reservado por assessores presidenciais, para os quais caberá agora ao presidente Jair Bolsonaro atuar pessoalmente para tentar reconstruir a relação com Renan e reduzir os danos causados pelo envolvimento do ministro da Casa Civil na seara legislativa.

Em seu quarto mandato como senador, o alagoano tem interlocução tanto com a direita quanto com a esquerda e é avaliado como um articulador hábil. Para o Palácio do Planalto, é preocupante tê-lo como adversário, sobretudo no momento em que o governo elegeu a reforma previdenciária como sua prioridade em início de gestão.

A estratégia que tem sido defendida pelo entorno do presidente é que ele entre em contato com Renan neste final de semana e o convide para um encontro reservado assim que voltar a Brasília, o que está previsto para ocorrer até sexta-feira (8).

ministro da Secretaria de GovernoCarlos Santos Cruz, avaliou à reportagem que agora, passada a eleição, começa o trabalho político de conversar com as diferentes bancadas. "Eu não tenho dúvidas que o governo federal terá um bom diálogo com o Congresso Nacional. E a reforma previdenciária todo mundo sabe que é necessária", disse.

Ele ressaltou que todos os deputados e senadores são relevantes no processo político, não importando o partido a que são filiados, incluindo Renan. "Todo mundo é importante e ele [Renan] continua sendo um parlamentar importante como qualquer outro", observou.

Uma sinalização do Planalto a Renan mira a pavimentação para a reforma da Previdência. Durante a campanha, Renan passou a fazer gestos de simpatia ao governo e mudou de posicionamento sobre a reforma, sobre a qual se manteve crítico durante a presidência de Michel Temer.

Alguns assessores governistas também calculam que Alcolumbre não terá condições de entregar com a mesma velocidade que Renan a aprovação de projetos considerados prioritários por ter pouca experiência em articulação, já que esteve no baixo clero nos quatro primeiros anos de mandato.

Ao afirmarem isso, eles apontam a dificuldade que o novo presidente do Senado teve para conduzir a sessão de sexta-feira (1º), que acabou encerrada sem resultado. Com a eleição apertada e com brigas, soma-se a isso um temor de que Renan possa operar contra os interesses do governo.  Folhapress

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