(Foto: Luis Robayo) |
Dois sargentos da Guarda
Nacional (GN) venezuelana desertaram na
noite deste sábado (23) e solicitaram refúgio em Pacaraima.
Ambos participaram da repressão contra
manifestantes na região de Santa Elena, com um saldo de quatro mortos nos
últimos três dias.
A informação é da Operação
Acolhida, administrada pelo Exército brasileiro que faz a recepção e a triagem
dos venezuelanos que cruzam a fronteira fugindo da crise político-econômica.
Nenhum dos desertores quis
falar com a imprensa.
Segundo a Globo News, eles
afirmaram ao Exército
Brasileiro que outros militares venezuelanos pretendem
fazer o mesmo.
Depois de passar pelos
procedimentos, eles estarão livres para circular no país na condição de refugiados, segundo
a emissora.
A estimativa é que mais outros
60 soldados e oficiais de baixa patente tenham desertado, incluindo aqueles que
pediram asilo à Colômbia.
Em uma demonstração de força, o
regime do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, impediu neste sábado (23) a
entrada de toneladas
de alimentos, remédios e itens de primeira necessidade enviados
pelos EUA pelas fronteiras de Brasil e Colômbia.
Confrontos ocorreram nas
fronteiras da Venezuela com os dois países quando caminhões e manifestantes
tentaram romper
os bloqueiosmilitares para fazer entrar a ajuda humanitária.
Segundo Bogotá, os distúrbios
deixaram 285 feridos, sendo 255 venezuelanos e 30 colombianos.
À noite, Brasil e Colômbia
retornaram os caminhões para seus respectivos territórios.
Em Santa Elena, cidade
fronteiriça, três
morreram neste sábado (23) no hospital da cidade, segundo
funcionários de saúde venezuelanos.
Outros quatro baleados cruzaram
a fronteira e foram enviados a Boa Vista. Na sexta (22), uma mulher venezuelana
já havia morrido em confronto com militares. Já são 13 manifestantes
transferidos para o Brasil para atendimento médico.
O confronto entre opositores e
militares venezuelanos na linha fronteiriça com o Brasil teve pedras, coquetel
molotov, gás lacrimogêneo e ao menos um ferido no final da tarde deste sábado.
As forças do regime de Nicolás
Maduro reagiram lançando pedras de volta e bombas de gás lacrimogêneo. Houve
sons de tiro, mas ninguém foi alvejado. Um manifestante foi socorrido
desacordado.
O governo brasileiro condenou
na noite de sábado, de forma veemente, o que chama de "atos de violência
perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro".
Já na fronteira entre Colômbia
e Venezuela, dois caminhões colombianos foram queimados em pontes ligando
Cúcuta, na Colômbia, a Ureña, na Venezuela.
Eles estavam em uma caravana de
quatro veículos, de um total de 14, que tentaram seguir viagem depois que os
manifestantes romperam uma barreira da Guarda Nacional Venezuelana.
Em discurso, o ditador
venezuelano Nicolás Maduro anunciou o rompimento das relações diplomáticas da
Venezuela com a Colômbia e deu às representações diplomáticas do país vizinho o
prazo de 24 horas para sair.
O líder oposicionista Juan
Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50
países, pediu à comunidade internacional que "mantenha todas as cartas
sobre a mesa" ao se referir às opções para resolver a crise em seu país,
em discurso na noite deste sábado (23) na Colômbia. Folhapress
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