Em fevereiro, 593
veículos vão atender à Operação Carro-Pipa,
em diversas cidades do Estado. (Foto: Cid Barbosa)
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A
Operação Carro-Pipa (OCP), realizada por meio de cooperação técnica e
financeira entre os Ministérios do Desenvolvimento Regional e da Defesa, tem
como missão distribuir água potável por meio de carros-pipa a municípios
afetados por seca e estiagem. Contudo, como algumas cidades cearenses têm sentido,
o benefício pode ser revisto em determinadas situações estabelecidas pela
coordenação do projeto.
Ontem,
cinco cidades tiveram o benefício suspenso. Por ora, Iguatu, Quixadá,
Itaitinga, Milhã e Boa Vista deixaram de receber os carros-pipa. Os volumes
pluviométricos registrados nos últimos dias, nestes municípios, justificam a
interrupção do projeto.
"Ficamos
muito tempo contando apenas com a água dele (do carro-pipa), agora começou a
chover e está dando pra pegar um pouco de água em nossas cisternas. Está dando
pra viver. Nossa preocupação é para caso o inverno novamente não seja bom e não
dê recarga nos açudes, aí a nossa comunidade vai voltar a ser atendida? Espero
que sim", expõe o agricultor José Custódio Sobrinho, 47, morador da
localidade do Pote Seco, Zona Rural de Quixadá.
Requisitos
Para
ser contemplado pela OCP, é necessário que o Município decrete situação de
emergência por seca ou estiagem. No último dia 15 de janeiro, o levantamento
periódico da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) contabilizou 69
municípios cearenses em situação de emergência por seca decretada ou homologada
pelo Governo do Estado.
Destes,
66 também estão com a situação reconhecida pelo Governo Federal. Três (Quixeré,
Araripe e Pedra Branca) aguardam análise do reconhecimento federal.
A
declaração permite aos municípios solicitar recursos para ações de resposta de
socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais, como
perfuração de poços, Operação Carro-Pipa e adutoras de engate rápido. Do total,
27 cidades estão incluídas na lista até junho deste ano; Itatira permanece até
julho. Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou que,
neste mês de fevereiro, a Operação atenderá a 72 municípios cearenses, com 593
veículos, contemplando aproximadamente 176 mil pessoas.
Além
disso, o Órgão disse que houve repasse de R$ 19,1 milhões ao Governo do Ceará
para apoiar a operação estadual em áreas urbanas, com vigência até junho deste
ano.
Redução
A
Pasta explicou ainda que, após 2018, o processo de declaração de situação de
emergência passou a ser "observado com detalhe". Municípios inclusos
na Operação, que estavam com a vigência do reconhecimento (180 dias) expirada,
foram notificados para regularizar a situação, sob pena de exclusão do
programa. Já algumas localidades que tiveram ocorrências de precipitações
recentes "podem ter passado por nova avaliação do Exército Brasileiro, já
que não haveria mais a necessidade de abastecimento emergencial".
O
Ministério também informou que a Operação pode ser interrompida quando ocorre a
implantação e entrega de um poço à comunidade por meio de uma parceria entre o
Exército e a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). O órgão
não detalhou quais cidades cearenses receberam os equipamentos.
Crítica
Em
algumas localidades, agricultores criticam que as chuvas, caídas neste início
de quadra invernosa, ainda não têm sido suficientes para garantir recarga nas
barragens, cisternas ou poços.
Em
Quixadá, a zona rural era atendida por cerca de 60 carros-pipa, hoje são apenas
nove. Na comunidade da Várzea da Onça, famílias analisam não ser possível se
manter sem o auxílio da Operação. "Está muito cedo para suspenderem. Se já
tivesse chovendo há bastante tempo, tudo bem, a gente entendia, mas começou a
chover agora, muitos estão sem água e vão acabar tendo que comprar, mesmo sem
fonte de renda garantida, já que não há plantação", avalia a agricultora
Rosalva Pires. Diário do
Nordeste
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