Num
primeiro movimento em direção aos oposicionistas após a eleição, o
presidente Jair
Bolsonaro convidou o PDT e o PSB para a reunião que fará hoje com
líderes partidários da Câmara, no Palácio do Planalto. A ideia é abrir diálogo
com siglas que, mesmo fora da base aliada, podem dar votos para aprovar a reforma da Previdência.
A
estratégia, porém, não foi bem sucedida até agora. Os líderes das duas legendas
já avisaram que não irão
ao encontro e criticaram a ausência de convite para os
demais partidos de oposição, como o PT,
o PSOL e
o PCdoB.
"Temos
toda a disposição de fazer esse debate (sobre Previdência) e vamos fazer, mas
achamos que ele deve acontecer com o conjunto dos partidos e em cima de uma
análise da proposta que a gente possa opinar", afirmou o líder do PSB,
deputado Tadeu Alencar (PE).
Sem
uma interlocução efetiva no Congresso, Bolsonaro tem encontrado dificuldades
para montar uma base aliada
consistente, que garanta a aprovação das mudanças na
aposentadoria, prioridade de seu governo. Na oposição, a crítica é de que ele
ainda "não desceu do palanque" e mantém o mesmo tom de ataques adotado na
campanha eleitoral. Como exemplo, parlamentares citam o discurso de posse,
quando o presidente disse que iria livrar o
País do socialismo, e a mensagem presidencial enviada no início
do Ano Legislativo, em que criticou "ideologias" atribuídas a gestões
do PT.
Ao
todo, os partidos da oposição reúnem 134
votos. Ao chamar PDT (28 deputados) e PSB (32 deputados) para
discutir a reforma, Bolsonaro tenta atrair ao menos parte desses congressistas
para votar com o governo. Na segunda-feira (25), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
afirmou que um terço do que reúne as duas siglas já seria suficiente. "Se
conseguirmos 20 votos na oposição, nossa chance de aprovação aumenta
muito", afirmou Maia. Para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) da Previdência, são necessários 308 votos na Câmara.
Estratégia
Ao
chamar apenas uma ala da oposição para o debate, Bolsonaro repete a estratégia adotada por
Maia na campanha pela reeleição à presidência da Câmara. Na ocasião, ele
conseguiu dividir os blocos e consolidar o apoio do PSB, PDT e PCdoB à sua
candidatura, isolando o PT e o PSOL.
De
acordo com o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO),
foi o próprio presidente quem escolheu as siglas que seriam convidadas para a
reunião. Estadão
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