O
procurador Carlos Henrique Martins de Lima, do Distrito Federal, enviou uma representação
contra o presidente Jair Bolsonaro à Procuradoria-Geral da República em que
aponta suspeitas de improbidade administrativa e peculato. A representação
indica a possibilidade de que o gabinete de Bolsonaro na Câmara tenha empregado
a ex-assessora Nathália Melo de Queiroz como funcionária fantasma.
Nathália
estava lotada no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados enquanto
trabalhava, segundo o documento, como personal trainer no Rio de Janeiro em
horário comercial. A funcionária em questão é filha do motorista Fabrício
Queiroz, que foi assessor do senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa
do Rio de Janeiro (Alerj), quando o filho do presidente era deputado estadual.
O motorista, por sua vez, é investigado pelo Ministério Público do Rio de
Janeiro por movimentações financeiras atípicas, identificadas pelo Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O gabinete de Bolsonaro atestou a
frequência de Nathália em Brasília.
Após
o envio da representação, cabe agora à Procuradora-Geral da República, Raquel
Dodge, avaliar se abre ou não uma investigação envolvendo o presidente com base
na representação de Lima. O procurador ressalta, no documento, que a
Constituição impede que o presidente da República seja responsabilizado por fatos
anteriores à posse, mas argumenta que é possível abrir investigação sobre o
caso.
"Nada
impede que o Presidente da República seja investigado e responsabilizado na
esfera cível e, na esfera penal, veja a investigação por tais atos ter regular
andamento, entendimento partilhado pela atual Procuradora-Geral da
República", escreve o procurador na representação. Estadão
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