Os técnicos do Saae decidiram adicionar
peróxido de hidrogênio na
água. (Foto: Honório Barbosa)
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O reduzido volume acumulado no
Açude Trussu (3,81%), que abastece as cidades de Iguatu, Acopiara e algumas
localidades rurais, contribui para perda da qualidade da água que apresenta
odor e, em algumas vezes, cor amarelada. A preocupação dos moradores é com o
risco de colapso no sistema de fornecimento de água, já que a última recarga
substancial de água do reservatório foi em 2012.
Em recente reunião da Comissão
Gestora do Açude Trussu, os técnicos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto
(Saae) de Iguatu explicaram o esforço que o órgão faz para manter a qualidade
da água, adicionando no sistema de tratamento mais quantidade de cloro e de
peróxido de hidrogênio. Os moradores reclamam que a água que chega às torneiras
apresenta odor e deixa as velas dos filtros mais sujas com facilidade.
"Tem cheiro de lama e está mais grossa, entupindo os chuveiros mais
rapidamente", disse a dona de casa Francisca Lopes, moradora do bairro
Flores. "Lavava o filtro uma vez por mês, mas agora é toda semana",
completou.
Os técnicos do Saae decidiram
adicionar peróxido de hidrogênio na caixa que recebe água do Açude Trussu, e
que por meio de adutora chega à Estação de Tratamento de Água (ETA), no bairro
Cocobó. "É um produto químico muito utilizado no sistema de tratamento da
Sabesp, em São Paulo, dá bons resultados", disse o coordenador técnico do
Saae, Marcílio Cosme.
O produto tem efeito para
eliminar algas e apresenta vantagens por não introduzir contaminantes,
decompondo-se espontaneamente em água e oxigênio. Recentemente, o Saae com
apoio de um técnico da Cagece discutiu melhorias no sistema de tratamento da
água fornecida à população. "Houve uma cooperação técnica informal entre
os dois órgãos e buscamos aperfeiçoar e modernizar o sistema de tratamento para
melhorar a qualidade da água distribuída à população", explicou o técnico
Mauro Sampaio.
Marcílio Cosme disse que após o
uso do peróxido de hidrogênio houve melhoria na qualidade, facilidade na
decantação das matérias orgânicas e filtragem da água na ETA Cocobó. "A
água que chega à torneira está mais límpida", pontuou. Conforme explicou o
coordenador do Saae, a preocupação "não é tanto com a quantidade da água,
que até está reduzida no Trussu, mas com a qualidade". A situação, segundo
Marcílio, tende a piorar cada vez mais com o passar do tempo e redução do
volume.
De acordo estimativas do Saae,
mesmo que não ocorra recarga no reservatório na atual quadra invernosa, a
captação no Trussu estaria assegurada até julho de 2020. O consumo de Iguatu é
de 730 mil litros por hora, cerca de 5 milhões de metros cúbicos por ano. O
açude tem atualmente 10 milhões de m³, mas também existe a perda por evaporação
semelhante ao consumo e a liberação para atender a demanda de Acopiara.
O Saae já solicitou ao Governo
do Estado, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos, a perfuração de 10
poços rasos na bacia do Rio Jaguaribe e a instalação de uma adutora com 1,5 km
de extensão até a ETA Cocobó. Recentemente, houve a limpeza de outros 10 que
estão em operação para complementar o abastecimento da cidade. Diário
do Nordeste
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