Os
valores dos serviços de profissionais diaristas como domésticas, babysitters
(babás), cozinheiras, e acompanhantes de idosos, foram reajustados pelo Sistema
Nacional de Empregos e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT) no
Ceará. Conforme a tabela 2019 do Centro do Trabalhador Autônomo (CTA), as
diárias daqueles que realizam faxinas, lavam e passam subiram 11,1%.
A
maior variação em um ano ficou para a diária de jardineiro, que saltou de R$
105 para R$ 115, ou 11,6%. A tabela do CTA é formulada ao fim de cada ano por
um grupo de profissionais que são contratados por meio do centro e forma um
grupo de trabalho que debate sobre os valores vigentes no mercado. Ela detalha
hora extra, meia diária, plantão 24 horas ou noturno, trabalho em domingos e
feriados, entre outros.
Até
2018, o preço fixado para empregadas domésticas, serviço de diária mais
comumente contratado, era fixado em R$ 90 a diária. Mas, segundo o coordenador
da Intermediação de Profissionais do Sine/IDT, Rubens da cunha Rodrigues, o
valor estava defasado e no reajuste para R$ 100 foram consideradas as despesas
com almoço e deslocamento. Ele acrescenta que o preço deve servir como um piso
para as contratações.
"Se
formos observar, esse valor está um pouco abaixo do que é praticado no mercado,
até para que os trabalhadores ofereçam um diferencial e atrativo, pois é pago o
salário mais alimentação e transporte", diz.
Pelo
serviço oferecido pelo Sine/IDT, o "Solicite um profissional", é
intermediada a disponibilidade de profissionais via telefone 3101.2763 ou pelo
site. "Qualquer pessoa pode entrar no site, na área do CTA, e fazer sua
demanda. Entramos em contato para encaminhar esse profissional, de acordo com o
que foi solicitado pelo próprio demandante", complementa.
Eneas
Neto, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
(IFCE) e orientador da pós-graduação da Universidade Estadual do Ceará (UFC),
acredita que a iniciativa é bem-vinda, pois oferece um "parâmetro
mínimo" para as contratações. Contraponto que faz à medida é que os
valores estão defasados aos do mercado.
"Para
alguns, a tabela vai representar uma diminuição de patamar, para outros, que
estão em situações mais periféricas, funciona como uma garantia diante de
pessoas que talvez oferecessem menos. As relações de mercado são bem
fluidas", garante.
Apesar
de não concordar em parte com os valores da tabela do Sine/IDT, a diarista
Geovânia Lopes, 46, avalia que a iniciativa dá respaldo na hora de negociar
valores. "Acho que a diária ser R$ 100 é pouco", afirma, ponderando
que esse preço estaria aceitável se não descontasse alimentação e transporte.
A
diária praticada por Geovânia, que mora na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF), custa R$ 130, se for em Fortaleza, e R$ 150 em Aquiraz. Nos valores é
incluso passagem, totalizando R$ 10. A faxineira conta que nas casas onde
trabalha, os empregadores oferecem alimentação sem descontar no pagamento, mas
diz que conhece exceções.
A
relação entre patrão e empregado, nestes casos, é baseada na proximidade e
confiança. Por duas vezes na semana, há um ano e três meses, os administradores
Mariana Carvalho, 31, e Cadú Baracho, 33, mantêm uma diarista para realizar
faxinas no apartamento.
A
contratada já era conhecida de Mariana por ter trabalhado na casa de seus pais
e, após casar, decidiu acordar com a autônoma o serviço. "Como moro em
apartamento, que é menor que a casa dos meus pais, a negociação acabou por ser
diferente e o valor pago por nós foi um pouco menor". O Povo
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