domingo, 24 de março de 2019

Aos 13 anos, cearense é a paciente mais nova a passar por 'autotransplante' de medula óssea na rede


Iasmin Souza da Silva escreveu em uma carta "muito obrigada a todos por fazer desses momentos difíceis, momentos alegres de descontração, sou muito grata a todos por toda dedicação que tiveram comigo". Palavras de uma menina de 13 anos que se tornou a paciente mais nova a passar por um "autotransplante" de medula óssea, na rede pública do Ceará, para se curar de um linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que ataca o sistema linfático do paciente.

A família espera que esse tenha sido o ponto final de uma batalha que iniciou em 2015. "Ao mesmo tempo, sinto uma calma por saber que minha filha está com saúde e esperança de vida novamente. Eu só tenho a agradecer a toda a equipe que cuidou da Iasmin com tanto carinho", completa Vânia Souza, mãe da menina.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), o transplante era a única alternativa para salvar a vida da garota. E conforme o hematologista Fernando Barroso, ela já havia sido submetida a várias sessões de quimioterapia, que não apresentavam mais o resultado esperado. "Em algumas situações, como neste caso, o transplante é indispensável porque o organismo já não respondia à quimioterapia", completa o chefe da hematologia e do transplante de medula óssea do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC).

Autotransplante
A adolescente passou por um processo conhecido como "transplante autólogo" ou "autotransplante", procedimento que consiste em remover células da própria paciente e depois refundi-las ao organismo novamente.

"Você coleta o material, as células, e depois, em um momento ideal, elas são refundidas, após uma quimioterapia bastante agressiva. Essas células vão se transformar em células normais. Por exemplo leucemia é diferente. Como a medula está doente, a gente precisa de uma célula sadia de outra pessoa", complementa Fernando, coordenador do Centro de Processamento de Células do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce).

De acordo com a Sesa, são cerca de 40 profissionais de saúde envolvidos no transplante.  Diário do Nordeste

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