O
ministro da Educação, Ricardo
Veléz Rodriguez, revogou a portaria que suspendia a avaliação de alfabetização deste
ano, a Saeb, e que só voltaria a ser realizada em 2021, anunciada na
segunda-feira (25). A nova decisão foi publicada no Diário Oficial da União,
nesta terça-feira (26).
Polêmica,
a suspensão da avaliação de alfabetização resultou no pedido de demissão da
secretária de Educação Básica do MEC, Tania Leme de Almeida, que não foi previamente
consultada sobre a decisão do governo.
Em
texto publicado nas redes sociais, Tania
Leme de Almeidaconfirmou que não teve conhecimento das mudanças no
Saeb e que deixa a pasta. "Não deveria haver política pública sem métrica
e sem avaliação. A interrupção intempestiva de uma série histórica poderia vir
a ter consequências indesejáveis sobre a análise de evidências e o balizamento
de ações em todo território nacional", escreveu.
A
repercussão negativa da medida também atingiu Marcus Vinicius Rodrigues, presidente do Inep
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável
pelas avaliações. A permanência de Rodrigues só depende agora da Casa
Civil, para onde o pedido de desligamento por parte do ministro deve ser
encaminhado.
Tania
Leme de Almeida vinha sendo atacada, dentro e fora do MEC, pela ala ligada ao
escritor Olavo de
Carvalho. Ela chegou ao MEC por indicação do ex-secretário
executivo da pasta, Luiz
Antonio Tozi. Tozi acabou demitido por Vélez após pressão de
olavistas chegar ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).
A
suspensão da prova de alfabetização não
havia sido discutida internamente no MEC. Além disso, Tozi
e Tania eram quem mantinham conversas com representantes das secretarias de
Educação dos estados e municípios.
Foi
o próprio secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, quem pediu ao Inep (Instituto
Nacional de Estudos Educacionais) a suspensão da avaliação. Folhapress
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