Líderes
que representam a maioria dos deputados decidiram, nesta terça-feira (26), que
vão fazer mudanças na proposta de reforma
da Previdência. Ao consultar as bancadas, que somam 278
parlamentares, lideranças da Câmara se posicionaram contra as alterações
no BPC (benefício
pago a idoso carente) e nas regras de aposentadoria rural.
A
maior parte dos parlamentares da bancada
cearense na Casa subscreveu o documento. Entre os
deputados que representam o Estado, apenas Heitor Freire (PSL) é favorável à proposta.
O
grupo também é contra os dispositivos que permitiriam futuras mudanças na
Previdência por rito
mais simples.
Trechos
da proposta retiram da Constituição regras para as aposentadorias.
Como
as propostas de alteração da Constituição demandam mais votos no
Congresso, seria possível reformar a Previdência sem precisar seguir o rito de
uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).
"Qualquer
reforma previdenciária deve ter como princípios maiores a proteção aos mais
pobres e mais vulneráveis", diz a nota assinada pelos líderes de 11
partidos.
MDB,
PR, PP, PRB, PSDB, DEM, PSD, PTB, SD, Cidadania e Podemos são os partidos que
assinaram a nota.
Com
278 deputados e os votos da oposição, os pontos da PEC criticados pelas
bancadas devem ser excluídos pela
Câmara. Segundo eles, a desconstitucionalização
das regras do sistema previdenciário poderia gerar
insegurança jurídica.
O
anúncio foi feito pelo líder da Maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro(PP-PB), que
não sabe quantos votos a PEC da reforma da Previdência poderia ter com as
alterações defendidas pelo grupo. "Essa responsabilidade de contagem de
votos não é nossa, é do governo."
Os
representantes da maioria dos deputados classificam a reforma da Previdência
como importante
e necessária, mas contestam pontos da proposta.
Para
o líder do DEM, Elmar
Nascimento (BA), o governo "perdeu a batalha da
comunicação" e, por isso, é necessária a retirada dos artigos da PEC que
alteram os trechos criticados pela maioria da Câmara.
"Aqui
o ambiente é nosso", afirmou o líder, em tom de crítica ao governo, que
rejeita articular
votos em favor da reforma da Previdência.
Os
líderes negam que o ato desta terça seja uma retaliação ao governo, mas, nos
bastidores, reconhecem que é uma reação às divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e o
Congresso, especialmente diante das críticas ao presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ).
Sobre
a decisão do ministro Paulo Guedes (Economia)
de não participar de audiência pública na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) nesta terça, Ribeiro disse que o tema tem que ser
tratado pelo presidente do colegiado, Felipe Francischini (PSL-PR), e pelo
governo.
"É
o governo que está articulando com a própria Comissão de Constituição e
Justiça."
A oposição - PDT, PT, PCdoB,
PSB, PSOL e Rede - anunciou nesta terça que votará contra a PEC da reforma da
Previdência. Juntas, essas siglas têm 133 votos contra a proposta. Oposicionistas
vão tentar derrubar a PEC ainda na primeira etapa na Câmara: a CCJ. Folhapress
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