quarta-feira, 3 de abril de 2019

Ceará tem leitos de UTI insuficientes para a população, assume Sesa


(FOTO: NAH JEREISSATI)
A saúde pública do Ceará vive, literalmente, uma sangria que não estanca: pelos serviços prestados de forma insuficiente, sobretudo em relação à falta de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o Estado gasta até R$ 10 milhões por mês com processos judiciais movidos por pacientes contra a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). O montante fora do orçamento previsto, assim, deixa de ser aplicado na ampliação da assistência, gerando uma sobrecarga em unidades de atendimento primário e um círculo vicioso de deficiências no sistema.

A busca por vagas em leitos de UTI é uma das principais demandas atendidas pelo Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa) da Defensoria Pública Geral do Estado, que já contabilizou quase 1.200 atendimentos para abertura de processos judiciais somente neste ano, até fevereiro, conforme revelou reportagem publicada no Diário do Nordeste no último sábado (30). 

Em nota, a Sesa conta 1.201 transferências para leitos de UTI por meio de liminar viabilizadas omente em 2018. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2019, houve 213 transferências desse tipo. O tempo de cumprimento da decisão depende de cada situação e é influenciada pela gravidade do paciente.

De acordo com a Sesa, há atualmente 1.062 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no Ceará. Esse número representa, conforme a pasta, um crescimento de 9,6% em relação à quantidade que havia em 2014. Os leitos de UTI nas unidades da rede própria estadual, principalmente com a abertura dos hospitais regionais do Cariri, Norte e Sertão Central, cresceram 28,27% em igual período. A demanda, como o secretário da Saúde do Estado, Dr. Cabeto, reconhece, “é maior do que a nossa capacidade de atendimento”.

“Nossa intenção é colocar quem realmente precisa, e essa demanda tende a crescer, devido ao envelhecimento da população. Hoje, o profissional da saúde está num dilema diário: escolher quem tem acesso a esses leitos ou não. É possível transferir para outros municípios, mas não é o ideal. Só que, diante da falta, somos obrigados a fazer isso”, declara Cabeto. Diário do Nordeste

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