(Foto:
Paulo Pinto)
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O
governo do presidente Jair
Bolsonaro (PSL) motivou uma união inédita. Pela primeira
vez na história do sindicalismo nacional,
todas as centrais estarão sobre o mesmo palanque na quarta-feira, 1º de maio.
As
medidas nas áreas da Previdência Social e trabalho encampadas pela equipe
econômica do ministro Paulo Guedes provocaram também uma parceria singular.
Contra a aprovação da reforma da Previdência, CUT
(Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical se uniram na organização da
festa do Dia do Trabalhador.
Com
um orçamento de R$ 700 mil –fruto do rateio das dez centrais– os sindicalistas
pretendem reunir 200 mil trabalhadores no Vale do Anhangabaú, na região central
da cidade de São Paulo.
Além
dos termos da reforma da Previdência, pesou também a asfixia financeira do
movimento sindical. Editada às vésperas do Carnaval, aMedida
Provisória 873 suspende o desconto da contribuição
sindical da folha de pagamento dos trabalhadores, exigindo que a cobrança dos
que desejam contribuir com os sindicatos de suas categorias ocorra via boleto
bancário.
Sob
ameaça de perda de arrecadação, as centrais decidiram unir esforços. Para
garantir a participação de todas as centrais, os sindicalistas definiram uma
pauta mínima para convocação do ato: em defesa dos direitos dos trabalhadores;
contra o fim da aposentadoria; pela geração de novas vagas de empregos, além de
e salários decentes.
Um
dos coordenadores do ato unificado, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos
Gonçalves, o Juruna, afirmou que a falta de diálogo com Bolsonaro também
impulsionou o movimento unificado dos sindicatos.
Segundo
Juruna, nesses quatro primeiros meses de governo, Bolsonaro não recebeu um
líder sindical além de Paulinho, que é deputado federal. "A campanha de
Bolsonaro foi contra o movimento sindical, contra o trabalhador", afirma
Juruna.
Dirigentes
sindicais chegaram a propor que houvesse a inclusão do movimento "Lula
Livre" na pauta do encontro. Mas, segundo organizadores, a Conlutas
–ligada ao PSTU– não concordou com a ideia.
Para
o presidente da CUT,
Vagner Freitas, isso não impedirá que seus filiados levem cartazes e usem
camisetas em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em
Curitiba.
"Lula
será lembrado. Até porque os trabalhadores precisam de Lula para barrar a
reforma da Previdência", afirma Freitas. Copatrocinador do ato, o prefeito
de São Paulo, Bruno
Covas (PSDB), garantiu o fornecimento de banheiros químicos e
grades. Também deu suporte para a instalação do palco, além de incluir o Dia do
Trabalhador no calendário oficial da cidade.
O
símbolo da Prefeitura estará no cartaz que lista os apoiadores do evento.
Convidado por Paulinho, avisou que irá ao Vale do Anhangabaú. Questionado se
temia retaliação do governo Bolsonaro, Covas informou, por meio de sua
assessoria, que apoia a reforma da Previdência. Mas que, como prefeito, precisa
participar dos atos populares realizados no município.
Confirmada
sua presença, Covas deverá falar em nome do PSDB. Segundo Juruna, PT, PSOL,
PDT, PSB e Solidariedade foram convidados. Além de líderes sindicais,
representantes de partidos e de frentes de esquerda, como Frente Brasil Popular
e Frente Povo sem Medo, além
de um representante da UNE (União Nacional dos Estudantes) e uma do movimento
de mulheres, terão direito à voz. Serão três minutos para cada.
"Convidamos
até o MDB. Limitados à centro-esquerda não vamos a lugar algum", diz
Juruna. Mas ressalta: "Essa é uma opinião pessoal". O presidente da
CTB, Adilson Araújo, defende que o movimento sindical abrace, em suas causas, a
correção da tabela do Imposto de Renda para atrair setores da classe média.
O
evento inclui a realização de shows. Por meio de um contrato assinado entre a
Força e uma rádio popular, os artistas subirão ao palco a partir das 14h. As
duplas Maiara e Maraísa e Simone e Simaria estão entre as atrações previstas. Diário do Nordeste
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