O
governo Jair Bolsonaro determinou que, a partir de agora, empresas estatais
submetam previamente à avaliação da Secretaria de Comunicação Social (Secom)
campanhas publicitárias de natureza mercadológica. A orientação foi dada a
companhias públicas -como Petrobras, Correios, Embratur, Banco do Brasil e
Banco do Nordeste- em e-mail enviado na quarta-feira (24) pelo secretário de
publicidade e promoção da Secom, Glen Lopes Valente.
Na
mensagem, obtida pela reportagem, ele explicou que, em momento oportuno, a
instrução normativa que disciplina
a publicidade federalserá atualizada, com a inclusão da
determinação. Segundo ele, a mudança tem como objetivo "maximizar o
alinhamento de toda ação de publicidade do Poder Executivo Federal".
"Nós
comunicamos que, a partir desta data, o conteúdo de todas as ações
publicitárias, inclusive de natureza mercadológica, nos termos dos conceitos
dispostos no art. 4º da Instrução Normativa Secom nº 1, de 27 de julho de 2017,
abaixo copiados, deverão ser submetidos
para conformidade prévia da Secom", ressaltou. O
artigo citado detalha as modalidades de publicidade.
Anteriormente,
eram submetidos à análise do Palácio do Planalto apenas publicidades de
empresas estatais de perfis
institucional e de utilidade pública. As propagandas
mercadológicas, ou seja, que têm como objetivo alavancar vendas ou promover
produtos e serviços, não passavam pela chancela do Poder Executivo.
Nos
bastidores, assessores presidenciais reconhecem que a mudança pode ser questionada juridicamente, uma
vez que ela pode representar uma interferência indevida em empresas de capital
misto, como a Petrobras.
A
inclusão das propagandas mercadológicas foi uma orientação do presidente após
ele ter se irritado e censurado anúncio televisivo do Banco do Brasil, no qual
atores representavam a diversidade racial e sexual do país.
No
ar desde o início de abril, a propaganda de perfil mercadológico, voltado ao
público jovem, foi suspensa depois que Bolsonaro assistiu ao filme. No
comercial, alguns atores tinham tatuagens e cabelos coloridos. Bolsonaro
telefonou ainda para o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para
solicitar a demissão do
diretor de marketing da instituição financeira, Delano
Valentim.
Procurada
pela reportagem, a Secom
ainda não se pronunciou sobre o assunto. Folhapress
Nenhum comentário:
Postar um comentário