(Foto: Marciel Bezerra)
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Com 245 milímetros, março fechou com precipitações 19,3% acima da
média do mês, que é de 203 milímetros. É o melhor resultado para o período
desde o ano de 2008. Naquele ano, o observado foi de 332,5 mm, segundo a
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
De acordo com o meteorologista da Funceme Raul Fritz, as condições
oceânicas e atmosféricas foram favoráveis neste último mês. “A boa configuração
de temperaturas da superfície do Atlântico tropical sul, com águas mais quentes
próximas à região Nordeste e mais frias acima do equador, contribuiu para a
aproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Este foi o principal
motivo para precipitações significativas no estado em março”, explica o
pesquisador.
Quanto à média por macrorregião, os litorais Norte e de Fortaleza,
que é composto pela Capital e municípios da Região Metropolitana, tiveram os
maiores desvios positivos. A primeira fechou o mês com 56,4% e, a segunda,
56,3%. Entre todas as áreas, somente o Sertão Central e Inhamuns ficou
levemente negativo, tendo registrado -2,4% abaixo da normal
climatológica. Os dados são preliminares e ainda podem sofrer
alterações.
Já quanto aos resultados por
município, Jijoca de Jericoacoara, Paraipaba e Acaraú lideraram o ranking com
os maiores desvios positivos: 156%; 145,7% e 99,2% acima da média para o mês de
março, respectivamente. A maior precipitação pontual, isto é, aquela registrada
no intervalo de 24 horas, aconteceu em Itarema, entre os dias 22 e 23, com 212
milímetros.
Situação hídrica
Apesar dos números positivos em relação às chuvas, a situação
hídrica do Ceará ainda é crítica. Dos 155 reservatórios monitorados pela
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 88 ainda estão com volume
abaixo dos 30%. O Castanhão, maior açude de múltiplos usos do estado, está
somente com 3,82% da sua capacidade total.
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