Segundo o estudo da FAO, o País concentra 229 municípios
das 1.975 cidades que foram classificados nos indicadores
analíticos mais
atrasados. (Foto: Agência Brasil)
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O
Nordeste brasileiro é um dos “territórios esquecidos” da América
Latina e do Caribe, em que existe a persistência da fome e da pobreza dentro de
países da região. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgados nesta semana, a região brasileira
ainda sofre com esses problemas, apesar dos avanços econômicos e sociais no
País nos últimos anos.
“Estamos
falando de municípios em países como Colômbia, Peru, República Dominicana e
Brasil, que fizeram progressos significativos no seu desenvolvimento, mas que
ainda possuem crianças com fome, que crescem com suas vidas mutiladas por
desnutrição crônica”, disse o representante regional da FAO, Julio Berdegué.
“Mesmo
em países exitosos, há territórios que estão ficando para trás: o Brasil
experimentou um avanço gigantesco, mas aí está o Nordeste. No Chile, a
Araucanía. São territórios invisíveis, aos quais estamos levando soluções
erradas”, enfatizou.
Dados
A
pesquisa, feita em parceria com a Comissão Econômica da ONU para América Latina
e Caribe (Cepal), mostrou que o Brasil tem 229 municípios onde mais
de 40 milhões de pessoas vivem em condições de extrema pobreza e insegurança
alimentar. No levantamento, aparecem 1.975 cidades de 14
países.
Ainda
conforme o relatório da agência da ONU, metade dessas pessoas (20,9 milhões)
mora no campo. A outra metade está nas capitais e cidades pequenas. Quase um em
cada cinco habitantes é indígena ou afrodescendente. O levantamento também
mostra que 20% dessas famílias são comandadas por mulheres.
Segundo
a FAO, uma das explicações para que uma determinada região ou lugar sofra uma
situação de desigualdade territorial são os problemas vinculados ao
déficit de estado, cidadania e mercado. “Impede construir os capilares
necessários entre eles para fechar as lacunas territoriais e populacionais”,
argumentou.
Confira
o gráfico
Indicadores
analíticos dos municípios mais atrasados
O
Povo
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