terça-feira, 28 de maio de 2019

Amazonas registra morte de 55 presos; Moro envia tropas ao Estado


No Compaj, mortes de presos foram causadas por
perfurações com armas improvisadas e asfixia
O agravamento da crise no sistema prisional do Amazonas é o novo desafio para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Um massacre em cadeias do maior Estado do País em extensão territorial foi confirmado, nesta segunda-feira, pelas autoridades. Foram 40 detentos assassinados em quatro presídios da capital Manaus. As mortes ocorrem menos de 24 horas depois de outros 15 morrerem no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no último domingo (26).

O ministro anunciou que enviará tropas da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) para reforçar a estrutura de segurança do Compaj. Segundo a assessoria do ministro, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) espera apenas a formalização do pedido do Governo do Amazonas para mandar o reforço.

O envio das tropas da Força-Tarefa foi acertado em conversa entre Moro e o governador Wilson Lima (PSC).

As mortes desta segunda ocorreram no CDPM 1 (Centro de Detenção Provisória Masculina 1), no Ipat (Instituto Penal Antônio Trindade), na UPP (Unidade Prisional do Puraquequara) e também no Compaj.

Foram 25 mortos no Ipat, quatro no Compaj, cinco no CDPM 1 e outros seis na UPP. Entre os mortos, há presos envolvidos em crimes como homicídio, latrocínio e roubo.

Entre as vítimas, foi identificado Fábio Queiroz Ferreira, 39 anos, encontrado morto dentro da própria cela por agentes que o conduziriam para audiência no Fórum de Justiça. Ele cumpria pena por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas no CDPM1, na mesma estrada vicinal que dá acesso ao Compaj.

Após as mortes, o Governo estadual reforçou a segurança em todos os presídios. O GIP, grupo ligado ao Batalhão de Choque da Polícia Militar, passou a revistar e recontar presos em todas as unidades prisionais. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas, "a situação está controlada e todos os presos estão na tranca".

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