Representantes
dos servidores do Estado têm reunião marcada com o Governo na manhã desta
quinta-feira, 30. A campanha salarial é o principal ponto do encontro. Nesta
segunda-feira, 27, o titular do Planejamento e Gestão, Mauro Filho, anunciou que não haverá ganho real. Ou seja, o reajuste se
limitará à inflação de 3,75% conforme o Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA).
Representantes
de diversas categorias pedem 20,64% de reajuste, baseado em cálculo
de defasagem dos proventos em relação ao IPCA de 2016 a 2018. Se
considerado o acumulado desde 1999, a desvalorização chegaria a 85%.
“Vamos
à luta esperando conquistar algo. A notícia (de que o reajuste acompanharia
apenas a inflação) foi surpresa. O secretário Mauro Filho falava que a economia
do Estado andava bem. Do dia para a noite, ele fala em ‘luz amarela’ (‘na
manutenção da capacidade de investimento do Estado’). Após a negociação na
reunião vamos deliberar com a base”, resume Rita Gomes, coordenadora jurídica
do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos
Estaduais (Fuaspec).
Para
professores e agentes de saúde, que também têm salário mínimo assegurado por
lei, o reajuste será diferenciado. A expectativa é que o aumento, de 4,17%,
comece a ser concedido em folha de pagamento a partir de agosto.
Além
do reajuste modesto, o Governo também suspendeu concursos públicos
temporariamente. A homologação das seleções já realizadas e o chamamento dos
candidatos aprovados também serão suspensos. Tudo para conter os gastos.
Mão
fechada
Só
em 2019, a expectativa é que as medidas representem um corte de R$ 390 milhões
nas mais diversas áreas, do "terceirizado até a consultoria, do papel até
o combustível".
"O
governador Camilo me determinou que nós tivéssemos que tomar algumas medidas
para poder isso não sair do controle, porque isso significa a redução da
capacidade de investimentos, possibilidade de o estado ficar patinando no seu
crescimento econômico. Então, antes que esse impacto alcance o estado do Ceará,
nós já estamos nos antecipando para que esse controle seja feito em relação a
concursos públicos, homologações e chamamentos", disse o secretário.
Membros
da Associação dos Auditores de Controle Interno do Estado (AACI) já protestavam
com cartazes antes mesmo do anúncio de suspensão temporária dos concursos
públicos e negativa ao ganho real no reajuste. “Não adianta dizer que o Estado
tem boa gestão fiscal mas ter os servidores com salários depreciados, corroídos
pela inflação”, completa Tiago Monteiro, presidente da AACI.
Para
Rita, serviço público tem excelência quando há servidores concursados, “que
estudaram e são preparados para a atividade. “O Governo tem consciência desses
mais de 20% de perda salarial durante a gestão Camilo Santana. Atinge as
categorias em geral, além das promoções atrasadas e dos concursos necessários.
Há excesso de terceirizados e eles são explorados porque não podem reclamar. Se
fizerem isso, vão para fora”, denuncia a coordenadora do Fuaspec. O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário