Tarcísio de Freitas |
O
ministro de Infraestrutura, Tarcísio
de Freitas, anunciou um plano de concessão de mais de 14 mil
quilômetros de rodovias com um edital padrão para acelerar o processo, mas o
Tribunal de Contas da União (TCU)
quer que cada trecho siga um rito próprio. Quando assumiu o cargo, ele esteve
com os ministros do tribunal e pediu que criassem um "canal expresso"
para as concessões rodoviárias.
Inicialmente,
o TCU considerou que o edital da Rodovia de Integração Sul (RIS), herança do governo do
ex-presidente Michel
Temer (MDB) leiloada no início deste ano, servisse de
parâmetro para as demais. No entanto, a BR-364-365/MG-GO - que efetivamente
será a primeira concessão rodoviária de Jair Bolsonaro (PSL) - não sairá como o da
RIS. O TCU fez ajustes que, para acelerar o processo, foram acatados pela
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pelo ministério. "Estamos estudando
opções como a combinação de tarifa e outorga para o leilão", disse o
Ministério de Infraestrutura. A ideia é que o concessionário só possa cobrar o
teto da tarifa quando concluir os investimentos previstos, especialmente
duplicação.
Mas
técnicos do ministério e do TCU dizem acreditar que esse edital não servirá de
referência, o que lança dúvidas sobre o ambicioso programa. Segundo a ABCR,
associação que representa concessionárias de rodovias, desde 2007 foram
concedidos 7.000 quilômetros de rodovias. Ou seja, desde o ex-presidente Lula (PT), passando
por Dilma
Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), foram, em média, 583
quilômetros por ano. O novo governo quer fazer pelo menos cinco vezes mais.
Das
rodovias já concedidas, mais da metade está sob a administração de grupos que
enfrentam problemas financeiros porque são sócios de empreiteiras pegas pela
Lava Jato. As concessões ainda amargam perdas decorrentes de um planejamento
malfeito, principalmente nas rodovias da 3ª etapa, concedidas entre 2013 e 2015
por Dilma.
Naquele momento, acreditava-se que a economia manteria ritmo elevado de crescimento, mas o país mergulhou na recessão e patina na retomada. As projeções de tráfego foram frustradas, e isso afetou o caixa das concessionárias. Folhapress
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