(Foto: Reuters) |
Após
a assinatura do acordo entre o Mercosul e
a União Europeia (UE), um dos primeiros entraves
para a sua aprovação definitiva ocorrerá no Parlamento Europeu, onde os
“verdes” ganharam poder de influência e podem dificultar a aprovação o texto em
represália à política ambiental do governo brasileiro.
Para
o bloco dos Verdes no Parlamento
Europeu, os chefes de Estado da UE “não aproveitaram a chance
de comércio global justo equitativo e sustentável”. “O preço do acordo do
Mercosul será pago pelos agricultores, pelo meio ambiente e pelo clima”,
disseram, em nota.
Os
integrantes do bloco vão ocupar 75 dos 751 lugares do Parlamento europeu,
representando o quarto maior grupo da legislatura que vai de 2019 a 2024.
Depois
de ser ratificado pelo Parlamento Europeu e pelos parlamentos dos quatro
membros do bloco sul-americano, o acordo ainda terá de passar pelo crivo dos 27
países do bloco europeu (já considerando a saída do Reino Unido). Com isso, o
texto ainda estará sujeito a diversas pressões e riscos ao longo dos próximos
anos. Basta lembrar que o acordo europeu com o Canadá quase foi sepultado em 2016
devido à relutância dos deputados da pequena Valônia, na Bélgica, em
ratificarem o texto.
Integrante
das negociações por parte da Secretaria
de Comércio Exterior do Ministério da Economia até
abril deste ano, o subsecretário de Competitividade na Indústria, Comércio e
Serviços do Estado de São Paulo, André Favero, diz que a própria ebulição
interna da UE em meio ao Brexit pode atrasar a aprovação do texto.
Mas
ele não vê risco ao acordo, e diz que o processo no Brasil deve ocorrer sem
grandes percalços. “O parlamento brasileiro já evoluiu bastante na recepção de
acordos internacionais. A expectativa é de uma tramitação rápida, ainda que
alguns grupos da indústria possam ter ressalvas.” Estadão
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