Antes
de completar seis meses no poder, Jair Bolsonaro já realizou quatro trocas de
ministros. Nesta sexta-feira, o major da Polícia Militar do Distrito Federal,
Jorge Oliveira, foi nomeado o novo titular da Secretaria Geral da Presidência
da República.
O novo ministro foi chefe de gabinete e
assessor jurídico do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. O
militar, até então, ocupava a Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Já
Floriano Peixoto Vieira Neto deixa a Secretaria-Geral para assumir a
presidência dos Correios, substituindo Juarez Cunha.
Ao anunciar mudanças em sua equipe
ministerial, o presidente reconheceu que seu Governo passou por dificuldades.
"Tínhamos problema na articulação política em parte sim", afirmou em
entrevista no Palácio do Planalto, nesta sexta. Por meio de medida provisória
publicada na quarta-feira (19), Bolsonaro transferiu a articulação política de
Onyx Lorenzoni (Casa Civil) para o general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de
Governo).
Jogadores
Esta foi a primeira vez que Bolsonaro
falou sobre a mudança. Segundo ele, os ministros que ocupam as Pastas do
Planalto são "fusíveis" e se queimam para proteger o presidente. Ele
minimizou o fato de ter retirado de Onyx a tarefa de diálogo com o Congresso e
disse que a função dele "é a mais ingrata". O presidente comparou o
trabalho a de jogadores de futebol dizendo que quando um centroavante erra, sua
falha é esquecida, mas que um goleiro nunca é perdoado por tomar um gol.
Desde o início do Governo, deputados e
senadores se queixavam do tratamento dado por Onyx às bancadas e aos partidos.
A relação entre o Legislativo e o Executivo é vista como frágil e, na última
terça, o Senado impôs nova derrota ao Planalto ao derrubar decreto de Bolsonaro
que flexibiliza porte e posse de armas.
Nesta sexta, Bolsonaro disse ainda que
acredita que as coisas agora estão adequadas no Planalto. "Aqui não tem
ministro fraco ou forte, todo mundo tem que jogar junto nesse time",
afirmou.
Segundo o presidente, não haverá, por
enquanto, mais mudanças em sua equipe. Em relação a uma possível privatização
dos Correios, Bolsonaro destacou que há sim essa intenção, mas que, no momento,
o trabalho de Floriano Peixoto será fazer o "melhor possível" para
que a estatal seja "motivo de orgulho".
Além de Floriano Peixoto Vieira Neto, Já
deixaram a Esplanada dos Ministérios Gustavo Bebianno (Casa Civil), Ricardo
Vélez Rodríguez (Educação) e o general Santos Cruz (Secretaria de Governo).
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