A derrubada de um drone militar americano por um míssil disparado pelo Irã elevou o temor de um conflito armado |
Uma
das maiores agências de consultoria de risco do mundo, a Eurasia Group,
alertou, nesta sexta-feira (21), que os preços do barril de petróleo podem
disparar para US$ 150 se estourar uma guerra entre EUA e Irã, um cenário que
seria devastador para a economia do Planeta devido ao impacto de empobrecer
famílias e empresas com o aumento explosivo dos custos com combustíveis.
Ontem, o barril fechou acumulando uma
alta de mais de 9% na semana mais tensa do mercado em dois anos e meio. A
derrubada de um drone militar americano por um míssil disparado pelo Irã elevou
o temor de um conflito armado no Golfo Pérsico, o que pode interromper o
transporte dos petroleiros, provocando uma escassez do produto e uma consequente
alta das matérias-primas.
"Uma
guerra limitada poderia empurrar os preços do petróleo para um patamar acima
dos US$ 100 por barril, enquanto um confronto maior poderia levar os preços
para acima de US$ 150", advertiu, ontem, Henry Rome, especialista em
relações internacionais e em política iraniana da Eurasia Group, sediada em
Nova York. Mestre em relações internacionais pela Universidade de Cambridge
(Reino Unido) e graduado por Princeton (EUA), o ex-jornalista trabalhou no
jornal israelense "The Jerusalem Post", cobrindo Irã e terrorismo.
O impacto de uma disparada do preço do
petróleo seria sentido em países como o Brasil, onde atualmente o consumidor
paga em torno de R$ 4,40 pelo litro da gasolina, com o barril cotado no
exterior a US$ 60. Se realmente o presidente Donald Trump cumprir as ameaças e
atacar o Irã, envolvendo outros países aliados nesse conflito, a guerra poderia
ficar complexa e ter maior duração, levando o barril ao patamar máximo de US$
150. Na prática, o repasse da alta de custos poderia mais que duplicar o litro
da gasolina para algo próximo a R$ 10.
No Brasil, o Governo Bolsonaro poderia
ser obrigado a interferir nos preços da Petrobras, reduzindo tributos, a fim de
evitar um valor impraticável dos combustíveis e uma explosão dos índices de
inflação, em um quadro recessivo da economia mundial no caso do agravamento da
guerra.
Consultorias como a Eurasia lucram
vendendo análises de risco para grandes investidores e bancos. O mercado de
petróleo é um dos mais especulativos das finanças globais. Na diplomacia da
ONU, ainda há esforços para evitar o pior nas relações entre EUA e Irã. Diário do Nordeste
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