sábado, 22 de junho de 2019

Consultoria alerta para alta explosiva do petróleo em caso de guerra

A derrubada de um drone militar americano
por um míssil disparado pelo Irã elevou o temor
de um conflito armado

Uma das maiores agências de consultoria de risco do mundo, a Eurasia Group, alertou, nesta sexta-feira (21), que os preços do barril de petróleo podem disparar para US$ 150 se estourar uma guerra entre EUA e Irã, um cenário que seria devastador para a economia do Planeta devido ao impacto de empobrecer famílias e empresas com o aumento explosivo dos custos com combustíveis.

Ontem, o barril fechou acumulando uma alta de mais de 9% na semana mais tensa do mercado em dois anos e meio. A derrubada de um drone militar americano por um míssil disparado pelo Irã elevou o temor de um conflito armado no Golfo Pérsico, o que pode interromper o transporte dos petroleiros, provocando uma escassez do produto e uma consequente alta das matérias-primas.

"Uma guerra limitada poderia empurrar os preços do petróleo para um patamar acima dos US$ 100 por barril, enquanto um confronto maior poderia levar os preços para acima de US$ 150", advertiu, ontem, Henry Rome, especialista em relações internacionais e em política iraniana da Eurasia Group, sediada em Nova York. Mestre em relações internacionais pela Universidade de Cambridge (Reino Unido) e graduado por Princeton (EUA), o ex-jornalista trabalhou no jornal israelense "The Jerusalem Post", cobrindo Irã e terrorismo.

O impacto de uma disparada do preço do petróleo seria sentido em países como o Brasil, onde atualmente o consumidor paga em torno de R$ 4,40 pelo litro da gasolina, com o barril cotado no exterior a US$ 60. Se realmente o presidente Donald Trump cumprir as ameaças e atacar o Irã, envolvendo outros países aliados nesse conflito, a guerra poderia ficar complexa e ter maior duração, levando o barril ao patamar máximo de US$ 150. Na prática, o repasse da alta de custos poderia mais que duplicar o litro da gasolina para algo próximo a R$ 10.

No Brasil, o Governo Bolsonaro poderia ser obrigado a interferir nos preços da Petrobras, reduzindo tributos, a fim de evitar um valor impraticável dos combustíveis e uma explosão dos índices de inflação, em um quadro recessivo da economia mundial no caso do agravamento da guerra.

Consultorias como a Eurasia lucram vendendo análises de risco para grandes investidores e bancos. O mercado de petróleo é um dos mais especulativos das finanças globais. Na diplomacia da ONU, ainda há esforços para evitar o pior nas relações entre EUA e Irã.         Diário do Nordeste

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