A
470 dias das eleições municipais, partidos políticos já desenham táticas para a
manutenção e ampliação do poder no Estado. O pleito de 2020 tem novo
componente: é o primeiro sem coligações proporcionais. Na prática, a medida
aprovada em 2017 põe fim à figura do puxador de votos e obriga partidos a
disputarem a corrida eleitoral com as próprias forças.
A
nova regra, segundo a reportagem apurou com os partidos, impulsiona legendas a
caçar novas lideranças, trabalhá-las e inseri-las em campanha. Também faz
partidos considerarem mais intensamente a possibilidade de candidaturas
próprias. Isso porque os nomes lançados ao Executivo, se não puderem almejar a
vitória, podem atrair votos para candidatos a vereador.
O
presidente estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT), André Figueiredo,
afirma que a sigla quer ter 70 prefeitos em 2020 entre eleições e reeleições.
Para isso, o partido tenta emplacar adesões, como nos casos recentes dos
prefeitos de Tarrafas e Irauçuba.
Do
quantitativo de 392 vereadores eleitos em 2016, a agremiação pretende saltar
para 500. "Particularmente, tenho ido a muitos municípios, falando de
temas nacionais, como a reforma da Previdência, mas também fazendo envolvimento
geral nessa reorganização partidária do PDT."
O
objetivo é se firmar como maior partido do Estado e assegurar caminho para 2022.
"Uma vez que nós continuamos com projeto nacional de termos Ciro como
presidente", explica o brizolista.
O
mandatário do Partido dos Trabalhadores no Ceará, Antônio Alves Filho, por sua
vez, adianta que o partido quer dobrar o número de cidades comandadas. Além de
Fortaleza, estão no radar Maracanaú, Juazeiro do Norte, Canindé, Barbalha e
Itapipoca.
Para
a disputa na Capital, ele assegura que a intenção é reconduzir Luizianne Lins
ao cargo, mas também cita o deputado estadual Elmano de Freitas como quadro com
potencial. Em Juazeiro do Norte, o nome já convidado é o do vice-presidente da
Assembleia, Fernando Santana, que teria de deixar Barbalha como domicílio
eleitoral. O petista, apesar do apelo interno, ainda não decidiu.
Sobre
Maracanaú, comandada por um adversário histórico, o PSDB de Firmo Camurça, o
petista diz haver a costura de um acordo capaz de produzir nome com capacidade
de bater o grupo do prefeito, o mesmo do deputado federal Roberto Pessoa
(PSDB).
Alves
diz ainda que o partido quer recuperar municípios já governados anteriormente,
como Icapuí, Jaguaruana, Mauriti e Senador Pompeu.
O
fim da coligação proporcional, segundo Alves, demanda estratégia mais focada no
conjunto. "Não é só uma candidatura ou outra, tem que estimular a
candidatura das mulheres para atingir uns 30% que efetivamente disputem. Antes
você tinha disparidade ideológica (nas coligações). Acho que fortalece a ação
programática."
Ex-vice-governador
do Ceará, Domingos Filho assumiu a presidência do Partido Social Democrático
(PSD) para intensificar articulações, ao passo que o filho, Domingos Neto, foca
em Brasília, onde é deputado federal. Resolução nacional diz que a sigla tem de
ter candidato próprio em municípios com mais de 100 mil habitantes e com sinal
de TV.
A
regra, contudo, respeita exceções. E Fortaleza é uma delas. Filho e Neto já
externaram desejo de ter a vice na chapa do candidato do PDT. Filho pondera,
contudo, que é cedo para este debate.
Quando
o assunto são os demais municípios, o pessedista diz que o raciocínio será
objetivo: o dinheiro será depositado em cidades que apresentem condição de
vitória. "Nós não vamos instalar o partido onde não tem candidato a
prefeito, vice e chapa competitiva de vereadores, porque se não é um 'faz de
conta'." O levantamento das comissões provisórias que permanecerão ou não
ainda não foi definido. "Coisa para dezembro", ele afirma. O Povo
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