O
Sistema Financeiro Nacional (SFN) emprestou mais recursos para pessoas físicas
do que jurídicas em 2018. Segundo dados do Relatório de Economia Bancária (REB)
do Banco Central, o saldo das operações de crédito para pessoas no Ceará
aumentou 9,4%, saltando para R$ 40,9 milhões. A variação anual foi superior à
média nacional (8,6%) e do Nordeste (9,1%). Já o volume para empresas teve
saldo de R$ 32,4 milhões, queda de 3,6%.
A
variação negativa para negócios acontece pela primeira vez desde 2016. Na
Região, dos nove estados, apenas Bahia e Rio Grande do Norte tiveram
comparativos positivos, de 5,8% e 4,1%, respectivamente. A queda mais acentuada
foi observada em Pernambuco (-10,8%).
Os
números do Banco Central ainda revelam que o saldo total de crédito concedido
no País voltou a crescer depois de dois anos em queda. Após cair de R$ 3,11
bilhões, em 2016, para R$ 3,10 bilhões, em 2017, no ano passado, o total para
pessoas físicas e jurídicas aumentou 5%.
Nos
empréstimos para empresas houve crescimento de 2,2% depois de quedas seguidas
em 2016 e 2017. Em termos de concentração, dez bancos foram responsáveis por
81,3% do valor total das operações no mercado primário e 62,3% no mercado
interbancário.
O
diretor da Conceito Investimentos, Thomaz Bianchi, explica a queda pela cautela
dos agentes econômicos, que buscam um melhor cenário para ofertar empréstimos,
mas que as previsões pessimistas quanto ao resultado do Produto Interno Bruto
(PIB) podem ser prejudiciais.
Raul
dos Santos Neto, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de
Finanças no Ceará (Ibef-CE), acredita que a menor tomada de empréstimos pelas
empresas se deve ao efeito dos cinco anos de crise, que deteriorou
financeiramente os negócios.
Para
ele, a alta no crédito pessoal indica que facilitadores na obtenção de
empréstimos, como a chegada dos meios tecnológicos, beneficiam o público
consumidor do serviço. "Pelas fintechs (startups do sistema financeiro), é
possível conseguir crédito e consignado de maneira facilitada". Além
disso, trocar uma dívida maior por outra menor, na obtenção de crédito, também
impactou no resultado.
O
vice-presidente do Ibef-CE acrescenta que essa negociação envolve menores
quantias em comparação aos negócios com pessoas jurídicas. "Crédito para
pessoas físicas oferece a opção de as empresas financeiras adotarem algoritmos
para controlar a inadimplência, credit score (nível de confiança do
tomador)", afirma.
Poupança
Pesquisa
da FCDL/SPC Brasil revela que apenas 21% dos entrevistados fizeram reserva
financeira em abril. Dentre os poupadores habituais, 40% tiveram de sacar parte
dos recursos, principalmente para fechar as contas do mês.
Dívida
Ao
longo de 2018, 19,5% do total de usuários de cheque especial utilizaram o
recurso em todos os meses do ano e mais de 50% utilizaram o instrumento por
mais de seis meses. O Povo
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